O diretor de Política Monetária do Banco Central, Aldo Mendes, afirmou neste sábado que a autoridade está "muito satisfeita" com a reação dos mercados financeiros ao programa de leilões de swap cambial anunciado na semana passada. "A previsibilidade foi o elemento que nós acrescentamos com esse programa", afirmou ele em entrevista, durante o 6º Congresso Internacional de Mercados Financeiro e de Capitais, realizado pela BM&FBovespa.
Questionado sobre os motivos para o BC ter esperado meses antes de anunciar o programa de US$ 60 bilhões, ele disse que havia um momento ideal para realizar os leilões sem colocar os resultados em risco. "Algumas pessoas poderiam argumentar que a previsibilidade é algo com que os mercados se acostumam, e então a ação do Banco Central se tornaria ineficiente. Nós percebemos que essa era a hora certa, ao ouvir o mercado", explicou.
Segundo Mendes, com mais previsibilidade haverá opções de hedge para todos os investidores no Brasil que possam precisar. Ele se recusou a comentar, entretanto, por quê o Banco Central ainda não decidiu intervir diretamente no mercado de câmbio à vista, usando parte dos US$ 375 bilhões em reservas internacionais. Segundo alguns analistas, essa seria uma opção mais eficiente para tentar suavizar a tendência de depreciação do real.