O empresário Eike Batista questiona o aporte de US$ 1 bilhão cobrado pela diretoria da petroleira OGX, anunciado na sexta-feira. Em carta divulgada à companhia no mesmo dia, o empresário disse que recorrerá à Câmara de Arbitragem do Mercado.“Ressalvo meus direitos previstos em contrato e decorrentes de lei no sentido de questionar as circunstâncias, a forma, o conteúdo, a validade e os demais aspectos legais do pretendido exercício da opção”, disse. A resposta do empresário foi divulgada pela OGX em fato relevante nesta segunda-feira.
Pelo anúncio de sexta, a diretoria da empresa vai propor reunião extraordinária do conselho de administração para a convocação de assembleia geral destinada a aprovar o aumento de capital imediato, no valor mínimo de US$ 100 milhões. O restante será solicitado conforme o caixa for exigindo. Pela opção, o empresário deverá bancar novas ações da companhia ao preço de R$ 6,30 por papel, mais de 11 vezes o valor do ativo na bolsa.
A decisão de exercer a opção acertada em outubro de 2012 contra o ex-bilionário pode ter ocorrido mesmo sem consultá-lo, independentemente da capacidade do empresário em honrar a injeção de capital. Isso porque os executivos da empresa têm o compromisso legal de salvar a OGX e conseguir recursos para mantê-la.
Na Bovespa, as ações ordinárias (ON) da companhia registram queda de 15,38%, cotadas a R$ 0,44 na manhã desta segunda-feira, diante da desconfiança de que Eike não conseguirá sequer transferir a primeira parcela obrigatória de 10% do US$ 1 bilhão. Diferentemente de sexta-feira, quando os papéis deram um salto e encerraram o pregão valendo R$ 0,52, uma alta de 26,82%, depois de ter subido 34,1%.