Bancários de todo o País fazem assembleias no início da noite desta quinta-feira, para votar a proposta de reajuste apresentada até o momento pela Federação Nacional de Bancos (Fenaban). Se os trabalhadores seguirem a orientação do Comando Nacional dos bancários pela rejeição da proposta, podem paralisar as atividades por tempo indeterminado a partir da próxima quinta-feira. "Eles fecharam a porta de negociação. Nós fizemos um calendário para todo o país. A Fenaban tem até o dia 18 para apresentar outra proposta", afirmou o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), que controla o Comando Nacional, Carlos Cordeiro.
A proposta de reajuste apresentada pela Fenaban é de 6,1%, o que, segundo Cordeiro, apenas recompõe as perdas da inflação no período, pelo INPC. "Não temos outra alternativa. Não sairemos sem aumento real", disse o presidente da Contraf. O pedido dos bancários é de reajuste salarial de 11,93%, o que representa aumento real de 5%. O Comando Nacional dos bancários congrega 10 federações e 143 sindicatos e representa 95% dos quase 500 mil bancários do país.
Além do reajuste, os bancários pedem, na pauta econômica, participação nos lucros e resultados igual a três salários mais R$ 5.553,15, piso salarial de R$ 2.860,21 (salário mínimo do Dieese) e auxílios alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá de R$ 678 ao mês.
Os trabalhadores pedem também melhores condições de trabalho, fim das demissões, plano de cargos e salários, auxílio educação e prevenção contra assaltos e sequestros, entre outros. "Há muitas demissões, sobrecarga de trabalho e a questão das metas, que tem gerado um adoecimento gigantesco da categoria", comentou a presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Juvandia Moreira.
"A proposta da Fenaban não muda nada nas condições de trabalho e ainda traz zero de aumento real. Até dia 18 eles podem chamar o Comando e mudar a proposta", comentou Juvandia. Dia 18, próxima quarta-feira, os bancários realizam uma nova assembleia para organizar a possível greve. É a última oportunidade para os sindicatos apresentarem à categoria uma nova proposta dos banqueiros.
No ano passado, os banqueiros apresentaram proposta de reajuste linear de 6%, com menos de 1% de aumento real. Os bancários fizeram greve por nove dias, até que conquistaram reajuste de 7,5% com aumento real de 2%. O pedido inicial também era por 5% de ganho salarial além da inflação.