A valorização do dólar frente ao real já está prejudicando a conversão de pontos em milhas para viagem na maioria dos cartões de crédito existentes no país. Isso quer dizer que, com a mesma quantidade de pontos, hoje o consumidor consegue comprar menos milhas para viagens internacionais. De acordo com pesquisa realizada pela Proteste Associação de Consumidores com uma amostra de 60 cartões de crédito nos nove principais bancos brasileiros, a paridade para a transferência varia de 0,8 a 2,2 milhas para cada dólar gasto.
De acordo com Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da Proteste, para cada tipo de cartão há uma conversão de pontos e uma pontuação mínima para transferência. Por isso, para avaliar se a adesão compensa, o consumidor deve levar em conta quais são as companhias parceiras do cartão de crédito e o valor da anuidade. "Concentrar gastos no cartão de crédito costuma ser a tática mais adotada para acumular milhas. Mas nem sempre isso é mais econômico", observa. De modo geral, a paridade fica mais favorável e o consumidor gasta menos com pontos conforme o valor da renda mínima exigida e da anuidade do cartão, aponta a pesquisa. "Quanto mais gastos no cartão, melhor a paridade. Os programas privilegiam quem gasta mais e não quem viaja mais", afirma.
Segundo a Proteste, o cartão mais indicado para os consumidores que desejam adquirir milhas é o Santander Free (programa SuperBônus), que converte para 1 ponto cada R$ 3 pagos na fatura. Nesse caso, segundo ela, os pontos podem ser trocados por milhagem e o consumidor escolhe entre transferir para Smiles (Gol), TAM Fidelidade (TAM) ou Victoria (TAP). "Para fazer a primeira transferência é necessário ter no mínimo 10 mil pontos. Mas a partir da segunda é possível trocar qualquer pontuação desde que seja múltipla de mil", orienta. Segundo a Proteste, se for usado todo mês, o cartão é livre de anuidade, caso contrário pagam-se R$ 15 de mensalidade.
Por outro lado, segundo ela, nos cartões do Itaú, para conquistar uma milha é necessário acumular 1,25 ponto. A transferência de pontos só pode ocorrer depois do acúmulo de 20 mil pontos ou mais, independente de quantas vezes a transferência já foi feita. "Ao repassar 20 mil pontos para milhagem, o consumidor terá acumulado apenas 16 mil milhas", alerta. Para o consumidor que só viaja ou tem preferência pelo programa Smiles (Gol), vale a pena a contratação dos cartões Banco do Brasil Smiles International ou Bradesco Smiles Internacional, cuja anuidade é de R$ 90 e cada dólar gasto é revertido em 1,35 milha. E, para quem tem preferência pela Sky Miles (Delta), o HSBC oferece o cartão pela anuidade de R$ 55 e converte cada dólar gasto em 2 milhas.