Os funcionários dos Correios de Minas Gerais aderiram à greve nacional, por tempo indeterminado, após assembleia geral realizada na noite dessa terça-feira em Belo Horizonte. No país, a paralisação conta com a adesão de 28 sindicatos em 22 estados.
Os trabalhadores reivindicam reajuste salarial de 7,13% para repor perdas inflacionárias, além de mais um ganho real de 15%. A categoria também reivindica um adicional linear de R$ 200 nos salários e ainda outro aumento de 20% para recompor uma defasagem salarial que viria desde os anos 90, além da manutenção do plano de saúde e o fim da terceirização e contratação de 110 mil trabalhadores.
Na semana passada, a estatal aumentou a oferta de reajuste aos trabalhadores para 8%, resultado da reposição da inflação do período (6,27%) mais um aumento real de 1,7%. Uma semana antes, a empresa havia apresentado uma proposta de aumento de 5,27%.
“Além de empregados da Grande BH,, parte dos funcionários de Governador Valadares, de Teófilo Otoni, de Divinópolis e de Ipatinga e Montes Claros também passou a reforçar a paralisação", disse Gilson Cunha, diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos (Sintect-MG), durante manifestação em frente à agência dos Correios na Avenida Afonso Pena, onde os sindicalistas colocaram faixas reivindicando melhores salários. Ele não soube estimar quantos carteiros cruzaram os braços em Minas, mas avaliou que poderá ocorrer atraso na entrega de correspondências e encomendas.
Por meio de nota, a estatal informou na tarde desta quarta-feira que 93,39% do efetivo dos Correios, cerca de 116.244 empregados, está trabalhando normalmente. A empresa também informou que o número é apurado por meio de sistema eletrônico de presença. "A rede de atendimento está aberta em todo país e todos os serviços estão disponíveis - com exceção da postagem, entrega e coleta de encomendas com hora marcada nos locais com paralisação deflagrada", disse.
Em Minas, a adesão foi menor que a nacional e 96,92% do efetivo está trabalhando normalmente. Em São Paulo, Rio de Janeiro, Rondônia, Rio Grande do Norte e Bauru (SP), não há paralisação — o movimento foi encerrado na sexta-feira (13) e esses sindicatos assinaram acordo com a ECT.
Para garantir a entrega de cartas e encomendas e o atendimento em toda rede de agências, os Correios informou que a ECT continua aplicando medidas do seu Plano de Continuidade de Negócios. Entre as ações estão realização de horas extras, mutirões para entrega nos fins de semana e deslocamento de empregados entre as unidades.