A saída de dólares continua a superar a entrada da moeda norte-americana no país. Neste mês, o saldo do fluxo cambial permanece negativo, somando US$ 2,940 bilhões até o dia 13, informou hoje (18) o Banco Central (BC).
De janeiro a 13 de agosto, o fluxo cambial ficou negativo em US$ 702 milhões. Nesse período, o segmento financeiro (investimentos em títulos, remessas de lucros e dividendos ao exterior e investimentos estrangeiros diretos, entre outras operações) teve saldo negativo de US$ 12,270 bilhões, enquanto o comercial (operações de câmbio relacionadas a exportações e importações) ficou positivo em US$ 11,568 bilhões.
Nas duas primeiras semanas de setembro, o resultado negativo veio do fluxo comercial, com déficit de US$ 3,321 bilhões. As operações de Adiantamento sobre Contrato de Câmbio (ACC) chegaram a US$ 1,244 bilhão. Os pagamentos antecipados ficaram em US$ 1,405 bilhão. Esses valores estão incluídos nas exportações, que totalizaram US$ 5,860 bilhões. As importações somaram US$ 9,181 bilhões.
Em julho, o Banco Central eliminou as restrições de prazos para que os exportadores financiem pagamentos antecipados. Antes, os exportadores que quisessem antecipar o recebimento das receitas com as vendas para o exterior podiam pegar empréstimos de até cinco anos. O BC derrubou esse limite, permitindo que financiamentos com prazo mais longo sejam concedidos. A medida pode ajudar a aumentar a oferta de dólares no mercado, o que contribuirá para empurrar a cotação para baixo.
O fluxo financeiro (investimentos em títulos, remessas de lucros e dividendos ao exterior e investimentos estrangeiros diretos, entre outras operações) registrou saldo positivo de US$ 382 milhões até o dia 13 deste mês.
O BC divulgou ainda valores de leilões de venda de dólares das reservas internacionais com compromisso de recompra. A operação com liquidação no último dia 10, totalizou US$ 555 milhões da oferta de US$ 1 bilhão. No mês, o saldo das operações de liquidação de venda e de recompra está positivo em US$ 431 milhões.