O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está na etapa final da elaboração de uma linha de financiamento destinada a cooperativas médicas para o fortalecimento e a expansão da infraestrutura de atendimento à população. O programa oficial de empréstimos deverá usar como garantia os chamados recebíveis – direitos de crédito e, no caso, as mensalidades pagas pelas empresas e o setor público – e os depósitos registrados na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a título de reserva técnica para garantir as operações das cooperativas.
As reservas técnicas no Brasil estão estimadas em R$ 9 bilhões. O anúncio feito por Pimentel animou os participantes do encontro das Unimeds. São 62 em Minas e 370 no país. Para o presidente da Unimed BH, Helton Freitas, a linha oficial de crédito atenderia uma grande demanda de estruturação dos serviços de saúde, com deficiência expressiva em leitos. De acordo com o ministro, os estudos dos técnicos do governo e do BNDES têm como inspiração uma operação direta de financiamento acertado neste ano entre o banco e a Unimed BH, no valor de R$ 185 milhões.
Maior empréstimo direto oferecido ao setor de saúde pelo BNDES, a linha de crédito foi direcionada à construção de três unidades laboratoriais, das quais uma já foi entregue e as restantes serão concluídas no primeiro semestre de 2014. O banco mantém um programa de capitalização de cooperativas de crédito, batizado de Procapcred, que oferece financiamento por intermédio de instituições credenciadas do sistema financeiro a cooperados que trabalham em regime autônomo e cooperados pessoas jurídicas dedicados a atividades de produção rural, pesqueira ou industrial, comércio e serviços. Os empréstimos são limitados a até R$ 10 mil por cooperado.
Balanço positivo
Na saída da convenção das Unimeds em BH, Pimentel disse que o Brasil conseguirá inverter o resultado desfavorável da balança comercial até o fim do ano. “Não sabemos de quanto, mas teremos superávit”, afirmou o ministro. A principal contribuição será dada pelo retorno à atividade neste mês e em outubro de plataformas de petróleo que a Petrobras pôs em manutenção programada, com isso levando a queda nas exportações, que pesam no balanço nacional. As commodities – produtos agrícolas e minerais cotados no mercado internacional – também terão resultado melhor nos próximos meses, lembrou Pimentel, com o arrefecimento da crise financeira nos Estados Unidos e na Europa e o impacto positivo da valorização do dólar frente ao real.