Após ter invertido, na semana passada, pela primeira vez desde fevereiro, a direção do câmbio em 2013, o relatório de mercado Focus trouxe, nesta segunda-feira, 23, mais uma descida de degrau nas previsões para o dólar no fim do ano. A mediana das estimativas para o período caiu de R$ 2,35 para R$ 2,33. Há um mês, a expectativa mediana era de uma cotação de R$ 2,32.
Para o final de 2014, as previsões para o dólar voltaram a ficaram estancadas, em R$ 2,40. Quatro semanas atrás, a mediana dessas expectativas estava em R$ 2,38. Com as mudanças, o câmbio médio para 2013 passou de R$ 2,20 para R$ 2,19, mesmo patamar visto um mês atrás, e para 2014 passou de R$ 2,38 para R$ 2,37. Quatro semanas atrás, estava em R$ 2,32.
Selic
O relatório de mercado Focus trouxe poucas alterações para o rumo da política monetária. As expectativas do mercado financeiro para a taxa básica de juros, a Selic, que atualmente está em 9,00% ao ano, permaneceram em 9,75% para o final deste ano. Há um mês, a expectativa era de uma variação de 9,50% ao ano no encerramento de dezembro de 2013.
Para 2014, o Focus revelou que a mediana das previsões para a Selic também seguiu em 9,75% ao ano, de uma semana para outra, ante taxa de 9,50% vista quatro semanas atrás. Sem mudanças nas estimativas, foram mantidas as médias deste ano (8,34%) e de 2014 (9,75%), como já mostrava o Focus da semana anterior. Um mês antes, essas taxas estavam, respectivamente em 8,31% e 9,50% ao ano.
PIB
Apesar de mais um dado econômico positivo revelado na semana passada, o aumento do volume de vagas formais de emprego, o mercado financeiro preferiu dar uma pausa antes de seguir melhorando seu humor em relação ao resultado do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano. Conforme o relatório de mercado Focus, divulgado há pouco pelo Banco Central, a mediana das projeções do mercado financeiro para o crescimento do País este ano foi mantida em 2,40%. Um mês atrás, o documento trazia variação de apenas 2,20% para 2013.
Também para 2014, que vinha registrando correções semanais para baixo das previsões para a expansão do PIB, a mediana estacionou em 2,22% - quatro semanas atrás estava em 2,40%.
Apesar da estabilidade das perspectivas para o PIB, a mediana das estimativas para a produção industrial em 2013 caiu de 2,12% para 2,10% - um mês atrás estava em 2,11%. Já para 2014, houve diminuição do patamar de 2,65% para 2,50% também menor do que o verificado quatro semanas antes, de 2,90%.
IGP-DI
O Focus trouxe mais uma vez uma forte piora das expectativas para o IGP-DI. A mediana das previsões do mercado financeiro para o índice disparou de 5,00% para 5,58%. Na semana passada, a elevação já havia sido de 4,79% para 5,00% e, um mês atrás, estava em 4,55%. Para 2014, a taxa subiu também, ainda que um pouco menos, passando de 5,80% para 5,91% - quatro semanas antes, a mediana para o IGP-DI do ano que vem estava em 5,57%.
No caso do IGP-M, que tem uma estrutura similar ao IGP-DI, também houve uma elevação para 2013, de 5,00% para 5,20% - um mês antes, estava em de 4,50%. Para o próximo ano, no entanto, a mediana das estimativas para esse indicador caiu de 5,79% para 5,75%. Quatro semanas antes estava em 5,50%.
Já inflação paulistana, medida pelo IPC-Fipe, seguiu em 4,25%, segundo o Focus - quatro semanas antes estava em de 4,37%. No caso de 2014, porém, subiu de 5,27%, mesma taxa vista há quatro semanas, para 5,36%. Sobre os preços administrados, a Focus revelou mais uma vez um congelamento das previsões em 1,80% para o final deste ano e de 4,20% para 2014.
Superávit comercial
As projeções para a balança comercial brasileira congelaram hoje, no boletim Focus. A mediana das projeções permaneceu em um superávit de US$ 2 bilhões em 2013, ante o de US$ 3,4 bilhões visto um mês atrás. Também para 2014 houve manutenção da mediana para o saldo em US$ 10 bilhões. Um mês antes, estava em US$ 9 bilhões.
A mediana das estimativas dos analistas ouvidos pelo BC para as transações correntes também apresentou pouca alteração. A previsão mediana para o rombo da conta corrente seguiu em US$ 78 bilhões para este ano. Há um mês, a expectativa mediana estava "vermelha" em US$ 77 bilhões. Para 2014, houve redução da previsão de déficit, com a mediana saindo de US$ 77 bilhões para US$ 76,45 bilhões. Quatro semanas atrás, a mediana revelava um resultado negativo de US$ 78,55 bilhões.
Apesar da piora do quadro externo, foi mantida a projeção de que o ingresso de Investimento Estrangeiro Direto (IED) será de US$ 60 bilhões neste e no próximo ano, o que significa que o financiamento do déficit não será integral desta vez. Há 41 semanas, o mercado não muda esta projeção de IED para 2013 e há 58 semanas para o de 2014.
Já a relação dívida/PIB passou de 34,75% para 34,70% em 2013. Um mês antes, estava em 35%. No caso de 2014, a projeção mediana passou de 34,70%, mesma taxa de um mês atrás, para 34,80%.