A relação da Fiat com a Chrysler - empresa controlada por ela - pode ter sido abalada após a norte-americana ter sido forçada a apresentar documentação para uma oferta pública inicial de ações (IPO) pelo segundo acionista da empresa. Segundo a agência de notícias Reuters, a Fiat disse que poderia diminuir seu comprometimento com a Chrysler.
A Fiat detém 58,5% da Chrysler e quer adquirir controle total da montadora e comprar o restante das ações que estão nas mãos do fundo de saúde da central de metalúrgicos United Auto Workers (UAW), mas se recusou a pagar os mais de US$ 5 bilhões pedidos.
Em resposta, o UAW disse que exerceu um direito garantido na concordata da Chrysler financiada pelo governo dos Estados Unidos em 2009 para seguir em frente com uma oferta pública inicial de ações da montadora. A decisão aumentou a pressão sobre Sergio Marchionne, presidente-executivo de ambas as companhias, para chegar em um acordo. Analistas consideram o pedido de IPO como uma manobra do UAW para conseguir uma oferta melhor da Fiat, e muitos apostam que uma oferta de ações da montadora norte-americana nunca acontecerá.
A resposta da Fiat ao requerimento foi dura, o que levanta questões importantes sobre quando, e mesmo se Marchionne poderá fundir as duas empresas para formar o sétimo maior grupo automotivo do mundo.
"A Fiat nos informou que está reconsiderando os benefícios e custos de ampliar seu relacionamento conosco", afirmou a Chrysler em documentos enviados à Securities and Exchange Commission, órgão regulador dos mercados acionários dos Estados Unidos. A Chrysler acrescentou que a Fiat também está reconsiderando os termos pelos quais a montadora italiana continuará a compartilhar tecnologia, plataformas de veículos, expertise de engenharia e outros recursos com a Chrysler. Esse compartilhamento já existe em alguns modelos, como o Freemont no Brasil e outros carros no exterior.
A IPO será coordenada pela JPMorgan. Marchionne disse em meados de setembro que se um IPO ocorresse, seria provável que a operação aconteceria no primeiro trimestre de 2014. A Chrysler não disse quantas ações serão oferecidas. O fundo da UAW pretende usar o dinheiro levantado para pagar benefícios médicos para os operários aposentados da Chrysler.