As mulheres mineiras receberam em média 33,6% a menos do que os homens entre 2011 e 2012, segundo Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta sexta-feira. No período, o rendimento mensal delas era de R$ 1.092, contra R$ 1.646 dos homens, diferença de R$ 554, o que significa que as mulheres recebem, em média, 66,3% do rendimento dos homens.
"A queda na diferença do redimento entre homens e mulhres que vinha sendo observada em anos anteriores, não foi verificada em 2012, mas saber o motivo dessa realidade demanda investigação dos grupos, das funções, entre outros", disse a economista Adriana Beringuy, pesquisadora da publicação.
Na média do país, enquanto o rendimento das mulheres aumentou 5,1% no período, o dos homens subiu 6,3%.O rendimento médio do trabalho das mulheres chegou a R$ 1.238 em 2012, ou seja, 72,9% do obtido pelos homens: R$ 1.698. Em 2011, o rendimento das trabalhadoras representava 73,7% do valor recebido pelas pessoas do sexo masculino.
“É preciso tomar um certo cuidado, porque nessa média a gente não está levando em consideração a função que ela exerce, a carga horária em que ela trabalha. O trabalho doméstico, por exemplo, tem normalmente rendimentos menores e é feito, em 98% dos casos, por mulheres. Já em algumas ocupações e cargos de chefia, os homens são maioria. É preciso tomar cuidado para não dizer que é simplesmente discriminação pelo sexo”, disse a coordenadora da pesquisa, Maria Lúcia Vieira.
Para o economista da Fundação Getulio Vargas (FGV) Fernando Holanda, o dado chama a atenção. “É surpreendente porque, ao longo do tempo, essa diferença tem caído. É preciso analisar melhor ainda para entender isso. Talvez tenha alguma coisa a ver com o fato de mulheres terem entrado em setores que pagam menos”, disse. (Com Agência Estado)
Desemprego
O estado registrou taxa de desemprego de 5,6% em 2012, inferior a média nacional de 6,1%, segundo a pesquisa. As taxas de desocupação foram menores para os homens (4,3%) do que para as mulheres (7,4%). No Brasil, a situação se repete: 4,6% para os homens e 8,2% para as mulheres. Em relação aos anos de estudo, a faixa que se concentrou a maior taxa de desocupação foi a de 8 a 10 anos de estudo, tanto em Minas Gerais (9,7%) quando no Brasil (7,9%).
Quanto à contribuição para instituto de previdência, Minas Gerais tem um percentual de contribuintes superior (63,1%) à média nacional (60,2%). Essa contribuição é maior para as mulheres (64,8%) do que para os homens (61,8%) e também se repete para o total do país (61,0% e 58,7%, respectivamente).