O diretor do departamento econômico do Bradesco, Octávio de Barros, afirmou que "o Banco Central está muito determinado a manter o câmbio entre R$ 2,20 e R$ 2,25". Para ele, a posição do BC tem como foco conter o excesso de volatilidade no mercado do dólar.
Barros estima que a cotação da moeda brasileira ante a americana deve fechar este ano em R$ 2,25 e no encerramento de 2014 deverá chegar a R$ 2,35. De acordo com ele, o BC deverá levar até o fim do ano a sua programação de venda diária de dólares por leilões de swap cambial e de linha. "Acredito que o Banco Central está comprometido a suprir a demanda de hedge em 2013 e 2014, especialmente para atender questões relacionadas a dívidas e remessas", ponderou. Ele fez os comentários em palestra realizada na Câmara do Comércio França Brasil.
Para o economista, o déficit de contas correntes neste ano deve ficar em US$ 79 bilhões e atingir US$ 76 bilhões em 2014, o que significaria 3,6% do Produto Interno Bruto (PIB) e 3,4% do Produto Interno Bruto (PIB), respectivamente. Contudo, Barros destacou que boa parte deste déficit das contas internacionais está sendo provocado pela piora da conta petróleo, motivada por questões de produção do combustível no Brasil.
Neste ano, ele estima que o saldo negativo comercial relacionado ao petróleo deve atingir perto de US$ 26 bilhões. Segundo Barros, sem esse déficit, o déficit de transações correntes no País seria menor e atingiria cerca de 2,5% do PIB.
Por outro lado, Octávio de Barros aponta que à primeira vista a magnitude do déficit de transações correntes poderia parecer desconfortável, mas o País desfruta de condições plenamente favoráveis para financiá-lo. Ele apontou que o investimento estrangeiro direto deve atingir um montante entre US$ 55 bilhões e US$ 60 bilhões neste ano e no próximo, o que deve garantir ao Brasil a terceira posição como maior receptor de IED no mundo.
Barros ressaltou também que na fase atual, o Banco Central busca reduzir a volatilidade do câmbio evitando a todo custo uma situação artificial. "Na minha visão, uma taxa oscilando entre R$ 2,20 e R$ 2,25 no curto prazo ajudaria bastante o trabalho do Banco Central, mas isso não depende dele e sim de condições globais e sobretudo da continuidade de melhora da confiança", ponderou. Ele fez os comentários em palestra realizada na Câmara do Comércio França Brasil.