Apenas três categorias de bens duráveis registraram crescimento de intenção de compra no quarto trimestre deste ano em relação ao trimestre anterior, de acordo com pesquisa do Programa de Administração do Varejo da Fundação Instituto de Administração (Provar/FIA) em parceria com a Felisoni Consultores Associados. Tiveram variação positiva a intenção de compra de viagens e turismo (133,3%) automóveis e motos (68,2%), e vestuário e calçados (21,2%). O levantamento considera a expectativa de consumo dos paulistanos em 13 categorias de produtos.
"Isso demonstra a tendência de desaceleração, uma vez que, historicamente, o quarto trimestre costuma ser o melhor para o varejo", afirmou Claudio Felisoni de Angelo, presidente do Conselho do Provar/FIA.
Na comparação com o ano passado, viagens e turismo apresentou uma variação positiva de 1,6%, automóveis e calçados, de 68,2%; e telefonia e celulares, de 9,7%. Todas as outras dez categorias pesquisas registraram retração na intenção de compra para o final do ano. Para Felisoni, "a intenção de gasto por categoria de produtos revela nitidamente os efeitos das pressões inflacionárias, que se dão quase que totalmente no consumo".
Outros fatores destacados pelo Provar foram o aumento do comprometimento da renda e a maior cautela dos consumidores. Segundo a pesquisa, no quarto trimestre deste ano, as famílias terão, em média, apenas 7,3% da renda disponíveis para novos gastos. Já a relação entre a intenção de poupar para a poupança real aumentou de 54,4% no primeiro trimestre deste ano para 85, 3% no terceiro trimestre.
Ainda de acordo com o Provar, a desaceleração do consumo no quarto trimestre terá um impacto direto no ritmo das vendas do Dia das Crianças e Natal "O ritmo pode ser ainda mais fraco que o do último ano", disse Felisoni.
Investimentos em queda
Para Felizone, a desaceleração da ntenção de consumo no quarto trimestre deverá impactar o ritmo dos investimentos das empresas do setor de varejo. "As empresas não devem parar de investir, mas o que certamente irá acontecer é que os planos de investimento serão mais dilatados, postergados", disse. A pesquisa, divulgada nesta manhã, mostrou que somente 46,8% dos paulistanos pretendem adquirir um bem durável entre os meses de outubro e dezembro deste ano, nível mais baixo registrado para o período desde 2006.