(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Previdência pesou na decisão da Moody's, diz Delfim


postado em 03/10/2013 12:31 / atualizado em 03/10/2013 13:09

O ex-ministro da Fazenda, Delfim Netto, afirmou nesta quinta-feira, 3, que a decisão da Moody's de reduzir a perspectiva do Brasil de positiva para neutra foi motivada basicamente por insegurança quanto à trajetória da dívida bruta no longo prazo. Para ele, o ponto vital que está por trás da decisão é a falta de ações do governo para combater o crônico déficit da Previdência Social. "A agência deu uma advertência, um sinal: se vocês não pensarem seriamente no equilíbrio fiscal no prazo médio, então vamos baixar sua nota", disse o ex-ministro.

"Sem medidas na Previdência, isso vai levar as contas públicas a um desastre", ponderou. Ele afirmou ainda ser fundamental a construção de um sistema de aposentadorias no País que seja sustentável. "O sujeito que vai viver 80 anos não pode ir para casa com 45 e achar que vai receber o salário inteiro. Nem alemão consegue isso", disse. "O que eles estão dizendo é o seguinte: se vocês não tomarem cuidado, vovó vai subir no telhado."

Delfim Netto disse que o problema da Previdência foi bem mais importante para a decisão da Moody's do que o baixo nível de crescimento e a expansão da dívida publica bruta, próximo a 60% do PIB. "O crescimento do Brasil não é uma tragédia e acompanha o mesmo nível mundial", disse. Ele também citou que o tamanho desse passivo mobiliário federal é igual ao nível determinado como limite pelo tratado de Maastricht, que deu os parâmetros fiscais básicos para os países se tornarem membros da Comunidade Europeia. Ele destacou que de acordo com aquele acordo, o déficit nominal de cada país não poderia ultrapassar 3% do PIB, e no Brasil está ao redor de 2,5% do produto interno bruto.

O ex-ministro da Fazenda também ponderou que o fato de a dívida pública ter subido 9 pontos porcentuais do PIB em função de repasses do Tesouro para bancos públicos "é desagradável", mas pode ser corrigido no curto prazo, como o governo já acenou que pretende fazê-lo. A presidente Dilma Rousseff afirmou em Nova York recentemente que o Poder Executivo deverá reduzir o ritmo de financiamentos das instituições financeiras federais.

Delfim ressaltou que o Poder Executivo tem condições de tomar medidas para construir um sistema de Previdência Social que tenha uma situação financeira bem mais equilibrada anos à frente. "A tarefa é mostrar que está tomando medidas concretas. O governo não tem tido disposição para enfrentar (o problema)", disse.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)