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Estado de Minas

Belo Horizonte dobra o número de albergues na cidade nos últimos dois anos

Estadia em quartos múltiplos com banheiros coletivos e poucos serviços ganha força entre jovens no Brasil e na capital mineira


postado em 06/10/2013 06:00 / atualizado em 06/10/2013 07:26

José Florêncio da Silva Neto, do Minas Hostel, diz que o interesse do brasileiro vem crescendo(foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)
José Florêncio da Silva Neto, do Minas Hostel, diz que o interesse do brasileiro vem crescendo (foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)
Os albergues começam a ganhar força como hospedagem alternativa – e charmosa – em Belo Horizonte. O número de estabelecimentos na capital, que há dois anos não chegava a cinco, hoje já soma mais de dez. O preço mais competitivo é o grande atrativo para os turistas, que pagam valores a partir de R$ 30 pela diária. O meio de hospedagem virou também opção de moradia mais econômica e tem atraído clientes nacionais e estrangeiros.

Instalados em casarões, os albergues, conhecidos internacionalmente como hostels, ganham a preferência do turista por oferecer espaços comunitários e chance maior de interação entre os frequentadores. O público é o mais variado: de mochileiros estrangeiros a estudantes, executivos e congressistas.

“O interesse do brasileiro por hostels está crescendo. Antes, eles achavam que essa história de dividir o quarto e ter banheiro coletivo era coisa de europeu. Agora, já estão se acostumando”, afirma José Florêncio da Silva Neto, dono do Minas Hostel, na Floresta. O albergue foi inaugurado em março do ano passado e tem 16 quartos com suítes individuais e quartos coletivos para seis e 10 pessoas. Neto, que é advogado, conta que decidiu montar o negócio porque tinha o imóvel e, na época, havia carência de hostels na capital. “Depois abriram muitos”, diz. As diárias no Minas Hostel custam a partir de R$ 39, com café da manhã, para quartos coletivos. O número mais baixo de funcionários (cinco) ajuda a reduzir o custo do negócio, segundo Neto.

O Sorriso do Lagarto Hostel, no Bairro São Pedro, foi o pioneiro no ramo na capital. Inaugurado há 10 anos, o albergue ocupa duas casas e conta com 17 quartos. Há quartos de casal e com capacidade para até 12 pessoas. O valor da diária vai de R$ 35 a R$ 90, com café, roupa de cama e serviço wi-fi. “Muitos hóspedes ficam aqui como ponto de apoio para conhecer as cidades históricas”, diz Tatiana Cristina de Oliveira, dona do albergue.

A taxa de ocupação, diz, varia de 40% a 60% nos dias de semana e vai de 50% a 100% nos finais de semana. “Vem crescendo a procura por albergues. Além de ter ambiente atrativo, principalmente para jovens, é possível fazer muitas amizades. É muito comum pessoas que viajam sozinhas e acabam conhecendo gente por aqui”, diz Tatiana.

De mochileira a dona de albergue, Natália Farina abriu o Ginga Hostel, no bairro da Serra. Ela e a sócia, formadas em turismo, montaram o empreendimento em novembro do ano passado. Em menos de um ano de operação, a taxa de ocupação varia de 60% a 70%. “A procura vem crescendo mês a mês. Belo Horizonte é um ponto de apoio para as cidades históricas e Inhotim”, afirma Natália. A diária no Ginga Hostel varia de R$ 40 (quarto coletivo) a R$ 110 (quarto de casal). No empreendimento há dois hóspedes ingleses que são moradores, conta Natália. “Aqui, o viajante tem a chance de conhecer pessoas do mundo inteiro e pagar menos”, diz.

No Hostel BH, no Carlos Prates, há uma mexicano e uruguaio que moram no empreendimento. A diária tem preços a partir de R$ 30. São 17 quartos e três suítes, com capacidade de quatro a 15 pessoas. O albergue foi aberto há um ano e meio e conta com taxa de ocupação de 70%. A maior parte do público é de mochileiros, estudantes e congressistas de igrejas. “O forte do hostel é a coletividade. E onde a pessoa vai encontrar uma hospedagem por R$ 30 a diária?”, indaga Silmara Oliveira Silva, dona do albergue.

A carioca Adriana Cattoni de Vasconcellos é moradoras de albergue há mais de um ano. Ela precisou de moradia temporária enquanto não sai o espólio da mãe. O apartamento em que estava incendiou. “Para mim, que não sou daqui, fica mais difícil achar um fiador no aluguel de apartamento”, diz. No início, ela foi morar em hotel. Em seguida, no entanto, optou pelo hostel. “Eu pago um pouco mais caro aqui, mas, se fosse em apartamento alugado, eu teria que tirar todas as minhas coisas do guarda-volume. Além disso, a conveniência é maior aqui e é mais barato que hotel”, afirma Adriana. Ela mora em um quarto individual, mas afirma que pode lavar sua roupa e fazer comida. “Não é uma coisa que você fica presa dentro do quarto. O ambiente é agradável. As pessoas vão mudando a cada dia e eu vou ficando”, afirma.

Hospedagem alternativa

Os meios de hospedagem alternativos conquistam espaço entre os brasileiros. A procura por casas de amigos e parentes aumentou de 35,1% para 37,8% no último ano (de agosto de 2012 a agosto de 2013). Ela é ainda mais expressiva entre os viajantes que ganham até R$ 2,1 mil (64,9%) e com renda entre R$ 2,1 mil a R$ 4,8 mil (49,1%), segundo pesquisa do Ministério do Turismo com a Fundação Getúlio Vargas. Foram entrevistadas 2 mil pessoas em sete capitais do país: Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. O estudo mede a intenção de viagem dos entrevistados nos próximos seis meses.


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