Representantes do Partido Social Democrata (SDP) da Alemanha sinalizaram ao longo deste final de semana que estariam dispostos a abandonar a sua demanda por aumento dos impostos se o grupo conservador da chanceler Angela Merkel puder identificar outros recursos para financiar os investimentos necessários para o país.
A aparente disposição do SPD em ajustar essa questão vem logo após as primeiras negociações para a formação de um governo alemão entre os partidos conservadores aliados da chanceler Angela Merkel e o Partido Social Democrata, na última sexta-feira.
Os partidos da coalizão de Merkel - o União Democrata Cristã (CDU) e o União Social Cristã (CSU) - precisam de um novo parceiro após perder a maioria absoluta nas eleições do dia 22 de setembro e depois do seu ex-aliado, o Partido Liberal Democrata (FDP), não conseguir alcançar os votos necessários para ser representado no parlamento.
Em entrevista ao jornal Bild, o presidente do SPD, Sigmar Gabriel, disse neste domingo que para o partido os aumentos de impostos SPD "não são fim em si mesmo". Mesma declaração do companheiro de partido Torsten Albig em uma entrevista à revista Focus neste fim de semana.
Os representantes do partido, no entanto, mantiveram-se firmes em suas demandas por maiores investimentos em infraestrutura e educação. Para o presidente do SPD, o novo governo da Alemanha vai ter que conciliar duas questões opostas: a redução da dívida e maior investimento.
Merkel, em tom similar, delineou neste sábado três questões-chave para o próximo governo: a redução da dívida, o investimento em educação e criação de empregos. "Devemos ter sucesso ao investir 3% do nosso produto interno bruto em pesquisa, para nos mantermos inovadores" e ser capaz de criar empregos de alta qualidade, disse Merkel. A coalização da chanceler se opõe fortemente ao aumento dos impostos.