Os fluxos de capitais para os países emergentes diminuiriam 12,6% este ano como consequência de uma mudança na política monetária dos Estados Unidos, considerou nesta segunda-feira o instituto bancário internacional IIF.
De acordo com o Instituto de Finanças Internacional (IIF), as 30 principais economias emergentes atrairiam em 2013 1,062 trilhão de dólares, contra 1,212 trilhão no ano passado. "Os fundamentos do crescimento dos países emergentes se deterioraram, o que os tornaram um pouco menos atrativos para os investidores privados", explica o relatório do IIF, que reúne 450 grandes bancos internacionais.
A redução desse fluxo é explicado também pelo fato de que os investidores anteciparam uma redução, em breve, da injeção de liquidez pelo do banco central norte-americano, o Fed, destaca o documento do instituto com sede em Washington.
O Fed compra mensalmente 85 bilhões de dólares em ativos para reduzir as taxas de juros a longo prazo e dar maior fluidez ao crédito. Em sua busca de rendimentos mais elevados, os investidores deixaram os Estados Unidos de lado, mas em meados deste ano voltaram, à espera de uma mudança de orientação na política do banco central desse país.
"Uma alta das taxas de juros dos Estados Unidos será inevitável quando o Fed começar a desacelerar sua ajuda monetária nos próximos anos (...). Neste contexto, os fatores que 'impulsionam' o dinheiro fora das economias maduras e para as economias emergentes se fragilizam", destaca o documento do IIF.
Segundo o relatório, os fluxos de capitais fora dos países emergentes aumentariam 1,4% em 2013. Este fluxo contrário dos capitais desestabilizou recentemente várias economias emergentes, como Índia e Turquia, onde a moeda local foi cotada em seus níveis historicamente mais baixos em relação ao dólar.