Com o dólar na casa dos R$ 2,20, este pode ser o Natal do vestuário. Com o preço de computadores, brinquedos e celulares afetados pelo câmbio, as roupas voltaram a despontar como boa opção de presente por agregarem preço baixo e utilidade. Tanto que associações do setor estimam crescimento de 20% este ano em relação a 2012, o que tornaria este o melhor Natal desde a década de 1980.
Segundo Roberto Chadad, presidente da Associação Brasileira do Vestuário (Abravest), uma das justificativas para que as roupas ganhem destaque na árvore de Natal é o valor unitário da peça, que, se comparado ao de um computador, é infinitamente menor. “Estamos falando de roupas de R$ 20 contra um computador de R$ 1.000 em um momento em que a renda das pessoas está mais comprometida”, compara.
Com a concorrência chinesa pressionando, Chadad garante que os produtos nacionais ficariam ainda mais competitivos caso os grandes importadores pagassem os mesmos tributos. “No exterior, eles não pagam os mesmos impostos que nós. Se introduzirem os 35% em encargos sociais que pagamos ao preço deles, teríamos valores ainda melhores”, comenta. No entanto, como importar ficou mais caro, ele estima que a produção nacional deverá ser bastante demandada. “Já assistimos ao Natal do tênis, dos brinquedos, do tablet e do smartphone, mas, neste Natal, Papai Noel vai vestir duas roupas”, adianta Chadad.
No que depender do desempenho da indústria mineira, a expectativa do setor deve se confirmar no estado. De acordo com Michel Aburachid, presidente do Sindicato das Indústrias do Vestuário no Estado de Minas Gerais (Sindvest), a alta nas vendas vem sendo observada desde o início do ano e deve seguir a mesma trajetória até dezembro. “Até julho faturamos 4% a mais que no mesmo período do ano passado. Para o Natal, percebemos que os lojistas estão fazendo pedidos mais cedo”, afirma. “O movimento é tão grande que estamos entregando o verão de 2014 desde agosto. Além disso, os lojistas já estão repetindo pedidos e isso geralmente acontecia no fim de outubro e em novembro”, acrescenta. Para dar conta da demanda, o setor, segundo Aburachid, incrementou em 5% o quadro de funcionários.
Marco Polo Viriato Rolim, sócio-diretor da Garotada Moda Infantil, que tem confecção própria, passou por um ano atípico, com períodos de crescimento, mas também de queda nas vendas, puxada pelo endividamento das famílias e pela inflação, que tem corroído o salário, mas conta que trabalha com meta de crescimento de 12% nas vendas do período. Para isso, tem feito investimentos em marketing, desenvolveu novos produtos e preparou todo o pessoal da área de vendas para a data. “A alta do dólar veio a calhar, depois da invasão dos importados. Estamos otimistas e aumentamos o nosso quadro em 25%”, diz. Ainda de acordo com ele, os produtos chineses sem qualidade são os que mais pressionam, por chegarem ao mercado mais baratos. No entanto, os de qualidade superior têm preço similar ao da indústria brasileira.
Depois de registrar crescimento de 30% no faturamento dos últimos três meses, Vander Martins, diretor da Skazi, marca premium especializada em roupas femininas, espera repetir o desempenho no Natal. “Como os lojistas compram com bastante antecedência, outubro será um mês decisivo para indicar o nosso crescimento, mas esperamos, no mínimo, repetir os números do último trimestre”, diz. “Investimos muito na coleção verão 2014 e aumentamos o quadro em 35%. Em agosto de 2012, tínhamos 39 funcionários. Hoje, são 52”, acrescenta. Para ele, a justificativa está no fato de muitas pessoas deixarem de viajar para o exterior e concentrarem os gastos no país. “Temos observado esse movimento no contato com clientes, que têm relatado melhora nas vendas do varejo. As pessoas estão adiando ou cancelando suas viagens e isso tem feito com que elas comprem mais aqui”, comenta.
COMÉRCIO No varejo, as expectativas são tão positivas quanto na indústria. A gerente da loja K9, do Boulevard Shopping, Bárbara Bretas, que espera vender 30% a mais que no ano passado, afirma que não só a concorrência das roupas importadas tem pressionado o setor, mas também a dos eletrônicos. “As pessoas começaram a comparar os valores entre um e outro produto. Se pagou R$ 700 em um telefone, certamente não vai querer pagar R$ 700 em um casaco”, comenta. “Isso fez a indústria do vestuário se preocupar em como manter um giro de mercadoria com preços mais interessantes sem perder qualidade”, comenta.
Segundo Roberto Chadad, presidente da Associação Brasileira do Vestuário (Abravest), uma das justificativas para que as roupas ganhem destaque na árvore de Natal é o valor unitário da peça, que, se comparado ao de um computador, é infinitamente menor. “Estamos falando de roupas de R$ 20 contra um computador de R$ 1.000 em um momento em que a renda das pessoas está mais comprometida”, compara.
Com a concorrência chinesa pressionando, Chadad garante que os produtos nacionais ficariam ainda mais competitivos caso os grandes importadores pagassem os mesmos tributos. “No exterior, eles não pagam os mesmos impostos que nós. Se introduzirem os 35% em encargos sociais que pagamos ao preço deles, teríamos valores ainda melhores”, comenta. No entanto, como importar ficou mais caro, ele estima que a produção nacional deverá ser bastante demandada. “Já assistimos ao Natal do tênis, dos brinquedos, do tablet e do smartphone, mas, neste Natal, Papai Noel vai vestir duas roupas”, adianta Chadad.
No que depender do desempenho da indústria mineira, a expectativa do setor deve se confirmar no estado. De acordo com Michel Aburachid, presidente do Sindicato das Indústrias do Vestuário no Estado de Minas Gerais (Sindvest), a alta nas vendas vem sendo observada desde o início do ano e deve seguir a mesma trajetória até dezembro. “Até julho faturamos 4% a mais que no mesmo período do ano passado. Para o Natal, percebemos que os lojistas estão fazendo pedidos mais cedo”, afirma. “O movimento é tão grande que estamos entregando o verão de 2014 desde agosto. Além disso, os lojistas já estão repetindo pedidos e isso geralmente acontecia no fim de outubro e em novembro”, acrescenta. Para dar conta da demanda, o setor, segundo Aburachid, incrementou em 5% o quadro de funcionários.
Marco Polo Viriato Rolim, sócio-diretor da Garotada Moda Infantil, que tem confecção própria, passou por um ano atípico, com períodos de crescimento, mas também de queda nas vendas, puxada pelo endividamento das famílias e pela inflação, que tem corroído o salário, mas conta que trabalha com meta de crescimento de 12% nas vendas do período. Para isso, tem feito investimentos em marketing, desenvolveu novos produtos e preparou todo o pessoal da área de vendas para a data. “A alta do dólar veio a calhar, depois da invasão dos importados. Estamos otimistas e aumentamos o nosso quadro em 25%”, diz. Ainda de acordo com ele, os produtos chineses sem qualidade são os que mais pressionam, por chegarem ao mercado mais baratos. No entanto, os de qualidade superior têm preço similar ao da indústria brasileira.
Depois de registrar crescimento de 30% no faturamento dos últimos três meses, Vander Martins, diretor da Skazi, marca premium especializada em roupas femininas, espera repetir o desempenho no Natal. “Como os lojistas compram com bastante antecedência, outubro será um mês decisivo para indicar o nosso crescimento, mas esperamos, no mínimo, repetir os números do último trimestre”, diz. “Investimos muito na coleção verão 2014 e aumentamos o quadro em 35%. Em agosto de 2012, tínhamos 39 funcionários. Hoje, são 52”, acrescenta. Para ele, a justificativa está no fato de muitas pessoas deixarem de viajar para o exterior e concentrarem os gastos no país. “Temos observado esse movimento no contato com clientes, que têm relatado melhora nas vendas do varejo. As pessoas estão adiando ou cancelando suas viagens e isso tem feito com que elas comprem mais aqui”, comenta.
COMÉRCIO No varejo, as expectativas são tão positivas quanto na indústria. A gerente da loja K9, do Boulevard Shopping, Bárbara Bretas, que espera vender 30% a mais que no ano passado, afirma que não só a concorrência das roupas importadas tem pressionado o setor, mas também a dos eletrônicos. “As pessoas começaram a comparar os valores entre um e outro produto. Se pagou R$ 700 em um telefone, certamente não vai querer pagar R$ 700 em um casaco”, comenta. “Isso fez a indústria do vestuário se preocupar em como manter um giro de mercadoria com preços mais interessantes sem perder qualidade”, comenta.