O salário médio do trabalhador com carteira assinada teve ganho real de 2,97% no fim do ano passado em relação ao final de 2011, segundo dados divulgados nesta sexta-feira, 11, pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), com base nas informações da Relação Anual de Informações Sociais (Rais). O valor médio subiu de R$ 2.020,02, em dezembro de 2011, para R$ 2.080,07, em dezembro de 2012. No ano anterior, a variação foi de 2,93%.
O ministério aponta que os avanços nos rendimentos médios foram generalizados entre as regiões e que as áreas com menor desenvolvimento foram as que apresentaram os maiores ganhos reais. A região Norte teve a maior taxa de aumento real, de 3,8%. Em seguida, o Nordeste, com 3,65%. Na sequência, o Sul, com 3,51%; Sudeste, com 2,62%; e Centro-Oeste, com 1,81%.
"A despeito da persistência da diferença nominal entre as remunerações das regiões ..., persiste o processo de redução do diferencial dos rendimentos entre a região Nordeste, onde se observa os menores rendimentos, e Centro-Oeste, que concentra os maiores valores", aponta o documento. Em 2010, a relação entre os rendimentos dessas duas regiões era de 62,65% e elevou-se para 64,99%, em 2011; alcançando 66,16%, em 2012.
A remuneração média do Nordeste, de R$ 1.652,51, oscila entre os valores de R$ 1.508,05 no Ceará e R$ 1.926,16 em Sergipe. No Centro-Oeste, que tem média de R$ 2.497,67, o maior rendimento médio foi registrado no Distrito Federal (R$ 4.011,17) e o menor, em Goiás (R$ 1.812,68).
Apenas duas Unidades da Federação não tiveram ganhos reais em 2012: o Distrito Federal, com queda de 1,53%; e Roraima, com recuo de 2,83%. Os maiores aumentos foram no Rio de Janeiro (7,48%), seguido pelos estados de Goiás (6,83%) e Sergipe (6,42%).
"Quando se confronta os rendimentos dos extremos percebidos nas Unidades da Federação, em decorrência da diversidade socioeconômica do País, percebe-se que o movimento de redução da disparidade persiste", aponta o ministério. "A análise dos resultados de 2012, comparativamente com os de 2011, indica que o diferencial entre o maior rendimento e o menor reduziu-se de 180,44%, em 2011, para 166,00% em 2012." O Distrito Federal e o Ceará foram os locais onde se registraram as maiores distâncias entre os rendimentos auferidos em 2011 e 2012, como também no ano de 2010.
Escolaridade
As maiores altas nas remunerações médias, em termos relativos, foram verificadas nas faixas mais baixas de escolaridade. Para analfabetos, foi de 5,08%. Até o quinto ano incompleto, de 6,19%. Para aqueles que têm o quinto ano fundamental completo, 4,93%. Na faixa de seis a nove anos do ensino fundamental, 4,39%. Para o fundamental completo, de 4,57%.
Isso ocorreu, segundo o ministério, devido à maior associação do rendimento dessas faixas de escolaridade em relação ao salário mínimo, que tem apresentado ganhos reais mais expressivos comparativamente aos demais tipos de rendimentos do trabalho. As faixas mais elevadas de escolaridade apresentaram, em 2012, ganhos bem inferiores. Para ensino superior completo, foi de 0,06%. Para o superior incompleto, de 0,34%.
Em 2012, o rendimento médio dos homens cresceu 3,35% e o das mulheres, 2,62%. A média do que receberam os homens com carteira assinada passou de R$ 2.177,43, em 2011, para R$ 2.250,40, em 2012. No mesmo período, a média do que receberam as mulheres saltou de R$ 1.802,97 para R$ 1.850,26.
O MTE aponta que a expansão da remuneração média da mulher, em 2012, originou-se da elevação do rendimento em todos os graus de escolaridade, e, no caso masculino, ocorreu principalmente dos ganhos reais dos rendimentos médios nos graus de escolaridade referentes ao primeiro ciclo do ensino fundamental.
Setores
Dos setores que apresentaram expansão nos rendimentos, o destaque foi a agricultura, que registrou a maior alta, de 7,66%. Em seguida, ficaram os setores da indústria extrativa-mineral, com crescimento de 5,77%; o comércio, com 5,53%; e a administração pública, com 4,28%. Os setores que apresentaram retração nas taxas de crescimento da remuneração média foram a construção civil, que passou de 5,07% em 2011 para 3,67% em 2012; serviços, que passou de 3,1% para 2,1%, e serviços de Utilidade Pública, que passou de 4,48% para 1,06% no período.
O MTE divulgou nesta sexta-feira, 11, que o Brasil gerou 1,148 milhão de postos de trabalho com carteira assinada no ano passado, o que representa uma queda de 48,8% em relação à criação de vagas em 2011, que somou 2,242 milhões.