A próxima quinta-feira é uma data importante para a questão do impasse do orçamento nos Estados Unidos, mas não é o dia em que o país declararia default de suas obrigações da dívida e contas.
A data se destaca porque é o dia em que o Tesouro norte-americano estimou que ficaria sem os movimentos de curto prazo - como atrasar o financiamento para determinados programas de previdência e travar contribuições para um fundo que é utilizado para estabilizar os mercados financeiros internacionais - que permitiu que os Estados Unidos continuassem a emitir nova dívida e pagar as suas contas depois que o teto da dívida foi tecnicamente alcançado em maio.
A partir disso, os Estados Unidos teriam que contar com as receitas de impostos e dinheiro em caixa - cerca de US$ 30 bilhões, de acordo com estimativas do Tesouro - para pagar os juros de sua dívida, cheques da Segurança Social e outras obrigações.
Uma incógnita é se o desligamento parcial do governo desde o início de outubro deixou o Tesouro com mais dinheiro do que o esperado.
No dia 17 de outubro, o governo dos EUA deve deixar rolar mais de US$ 120 bilhões em vencimentos de dívida. Não deve haver um custo líquido para o governo.
Em 22 de outubro, o Escritório de Orçamento do Congresso estima que o governo pode esgotar suas reservas e começar a não fazer todos os pagamentos, enquanto no dia seguinte, o governo deve pagar US$ 12 bilhões em benefícios da Previdência Social. Já em 24 de outubro, deve rolar mais US$ 57 bilhões em vencimentos de dívida.
Além disso, em 31 de outubro, o governo norte-americano deve pagar US$ 6 bilhões em juros e rolar US$ 115 bilhões em vencimentos de dívida. Nesta data, o Escritório de Orçamento do Congresso estima que o governo terá esgotado o seu saldo de caixa. No dia seguinte, o governo deve desembolsar US$ 55 bilhões em pagamentos militares, segurança social e no programa de saúde Medicare.