O resultado do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de agosto - alta de 0,08% ante julho - corrobora a expectativa de um Produto Interno Bruto (PIB) negativo no terceiro trimestre, avalia o economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale. "O importante do IBC-Br é a tendência que aponta e o sentido que esse resultado mostra é de estagnação no terceiro trimestre, com tendência a ficar negativo", disse o economista, em entrevista ao Broadcast, serviço de informações em tempo real da Agência Estado.
Vale projeta queda de 0,5% do PIB no terceiro trimestre e a divulgação do IBC-Br consolida seu cenário. Em julho ante junho, o indicador do Banco Central registrou queda de 0,34%, no dado revisado. "Setembro pode ter números melhores por causa da indústria, que terá um número razoável na comparação com o mesmo mês do ano passado e deve proporcionar um crescimento na margem", comentou Vale. De acordo com o economista-chefe da MB Associados, setembro teve uma ajuda importante de veículos e de outros indicadores, o que não reverte a possibilidade de um PIB próximo da estagnação com tendência para número negativo no trimestre.
"A sinalização é de queda no terceiro trimestre, algo entre 0% e -0,5%", avalia, devido a resultados "bastante fracos" de julho e agosto. Ele ressalta que o fôlego na indústria em setembro não deve se sustentar pelos demais meses do ano, a julgar pelos indicadores de outubro. "Os indicadores que saíram a partir de outubro mostram, por exemplo, vendas de automóveis fracas, uma indústria estocada que tende a desacelerar novamente no final do ano", explicou. A previsão da consultoria é de que no fechamento de 2013 o PIB acumule alta de 2,3%. Para 2014, o economista espera uma desaceleração para resultado de 1,9%.