O interesse estratégico dos chineses em suprimento de energia para o crescimento de seu país deve garantir êxito ao governo brasileiro no leilão de Libra, primeiro da área do pré-sal sob as regras do regime de partilha. A previsão é do economista e professor do Departamento de Economia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Antônio Corrêa de Lacerda.
O leilão de Libra está marcado para as 14h de segunda-feira, 21, com bônus mínimo de R$ 15 bilhões. "Embora o credenciamento não tenha sido tão bem-sucedido porque boa parte das grandes empresas internacionais que costumam participar de grandes leilões de concessões não se apresentou, o leilão deverá alcançar sucesso", disse Lacerda em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. Segundo ele, a tendência é os chineses substituírem as gigantes internacionais em grandes leilões de concessões.
Quanto ao impacto do leilão nas contas correntes do Balanço de Pagamentos Brasileiro, Lacerda acredita que será pequeno. "Vai beneficiar o financiamento de parte do déficit em conta corrente, mas o Brasil não tem grandes dificuldades para financiar seu déficit em transações correntes", disse Lacerda.
Perguntado se a oferta de Libra poderá gerar um ambiente mais favorável à participação de investidores nas concorrências para concessões de rodovias, ferrovias e portos, o economista avaliou que isso vai acontecer à medida que os marcos regulatórios se tornarem mais claros.