O leilão da área gigante de Libra tem previsão de durar cerca de meia hora amanhã. Minutos preciosos para o governo, que planeja arrecadar quase o dobro de tudo que já foi pago em rodadas de licitações realizadas pela Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) até hoje. Desde a primeira rodada de licitações em 1999, os cofres da União arrecadaram R$ 8,9 bilhões. Já o bônus de assinatura de Libra, no pré-sal de Santos, começa em R$ 15 bilhões.
As regras de conteúdo local para equipamentos e serviços foram outro foco de preocupação. As gigantes temem que a indústria nacional não tenha condições de atender às demandas e atrase o ritmo de entrada em operação de Libra.
Das 11 empresas que se habilitaram a participar da disputa, seis são asiáticas. A expectativa é que as petroleiras chinesas (CNOOC, CNPC e a Sinopec), sejam as estrelas do leilão de amanhã.
Vencedor
Quem vencer o megaleilão de Libra terá nas mãos um nível de detalhamento da área arrematada nunca antes oferecido pelo governo em licitações de áreas de petróleo. Parte relevante do trabalho de exploração já foi feita pela ANP, com a perfuração de um poço pioneiro no local, que identificou o potencial da área em torno de 12 bilhões de barris de óleo, podendo ultrapassar este volume, segundo comenta-se nos bastidores.
A certeza da existência de grande quantidade de óleo no local é o principal atrativo do leilão, que permitiu a cobrança de bônus bilionário. A expectativa é de que esse primeiro poço perfurado e os dados detalhados da área acelerem o desenvolvimento do campo, fazendo com que atinja o pico de produção - estimado em 1,4 milhão de barris por dia.
Mas existem alguns problemas. Investidores temem que alguns obstáculos possam frear o ritmo de entrada em produção. O limite de investimentos da Petrobrás - que obrigatoriamente terá 30% da área e será responsável por sua operação, é apenas um deles.
Os desafios tecnológicos para extrair o óleo em região tão inóspita são os principais temores. Além disso, as exigências de conteúdo local praticamente eliminam as perspectivas mais otimistas de que a produção em Libra fosse iniciada em quatro ou cinco anos.