Cerca de 30 manifestantes ligados à Federação Única dos Petroleiros (FUP) continuam acampados em frente ao Congresso Nacional, em protesto contra o leilão do Campo de Libra previsto para a tarde de hoje (21) no Rio de Janeiro. Mais cedo, eles fizeram um ato em frente ao prédio da Petrobras, na tentativa de convencer as autoridades a suspender o leilão.
De acordo com o diretor da FUP, Francisco José de Oliveira, a entidade organizou atos em todo o país, com destaque para o Rio de Janeiro, São Paulo, o Rio Grande do Norte, Minas Gerais e Pernambuco, além de Brasília. “Fizemos hoje um bloqueio total na principal base de fornecimento de materiais da Petrobras, o Parque de Tubos, na Bacia de Campos”, disse ele à Agência Brasil.
Das 24 ações impetradas pela entidade, 18 já foram derrubadas pela Advocacia Geral da União (AGU), informou o diretor. A FUP defende a suspensão do leilão e a imediata abertura de diálogo por meio do Legislativo. “Nós até participamos, no final de setembro, da última audiência na Câmara dos Deputados. Mas tudo já estava decidido antes mesmo de ouvirem a nossa opinião”, disse Oliveira.
No dia 20 de setembro, a FUP protocolou na Casa Civil um documento assinado por 92 entidades, endereçado à presidenta Dilma Rousseff. “Temos a assinatura de 280 deputados pedindo mais debates, mas nada é feito nesse sentido. Com esse leilão, o governo vai quebrar a soberania nacional”, acrescentou.
Localizado na Bacia de Santos, o Campo de Libra é o maior já descoberto na área do pré-sal. Há uma estimativa de que suas reservas sejam cerca de 15 bilhões de barris de petróleo. Com o regime de partilha, a Petrobras será a operadora única dos poços e terá participação mínima de 30% do empreendimento.