O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o governo não está cogitando mudar o modelo de partilha de empresas privadas com a Petrobras para a produção de petróleo da área do pré-sal, que é alvo de críticas de especialistas. "Modelo de partilha convive com concessão. Não vejo razão para mudança no modelo", destacou, ressaltando que sua avaliação está baseada no resultado do leilão desta segunda-feira, considerado 'um sucesso' pelo ministro. "Sempre buscaremos modelos atraentes para as empresas", destacou.
Segundo o ministro, a Petrobras tem recursos mais que suficientes para pagar sua parte de R$ 6 bilhões, relativos aos 40% de participação no consórcio, dos bônus de assinatura previsto no edital do leilão de Libra. "O pagamento do bônus do leilão será feito na assinatura dos contratos, entre 30 e 45 dias", disse. Ou seja, ressaltou o ministro, esse desembolso de recursos deve ocorrer até o início de dezembro.
Ele evitou relacionar um eventual reajuste dos combustíveis, que é esperado há meses, com a necessidade de recursos da Petrobras para honrar o compromisso. "Reajustes dos combustíveis virão quando forem considerados necessários. Neste momento não há nada definido."
Mantega disse ainda não haver nenhum pedido de financiamento das empresas vencedoras do leilão de Libra junto ao BNDES. Mas ressaltou que nada impede que as companhias solicitem recursos para o banco oficial e sejam atendidas. O ministro calcula que a participação das estrangeiras no consórcio vencedor deve gerar o ingresso de US$ 4 bilhões de recursos no País no curto prazo.
Mantega ressaltou que não sabe se haverá uma nova rodada de leilão de poços de petróleo da área do pré-sal em 2014 e 2015. Segundo ele, tal questão deve ser avaliada pela ANP.