Entretanto, com uma participação de 40% no consórcio vencedor para exploração do maior campo de petróleo do pré-sal, a estatal pode ter que desembolsar R$ 6 bilhões dos R$ 15 bilhões que o grupo terá que pagar à União a título de um bônus de assinatura do contrato. Na avaliação da analista da Corretora Concórdia Karina Freitas, existe a perspectiva de que o parte desse bônus possa ser financiado pelos chineses.
“O ministro Mantega garantiu que a Petrobras teria caixa para bancar os R$ 6 bilhões, mas existe um informação, não oficial, de que os chineses entraram no consórcio para financiar a parte da estatal no bônus. Nesse caso, a Petrobras pagaria depois, em barris de petróleo”, explicou a especialista. Karina acrescentou que o movimento da bolsa não é uma tendência, apenas um entusiasmo dos investidores, porque a petroleira ainda tem um cenário nebuloso para desenvolver seu plano de negócios.
“Libra exige um investimento pesado e há muito risco. Ainda existem dúvidas se a empresa terá ou não que arcar com os 40% do bônus de R$ 15 bilhões. E não podemos esquecer que ela ainda precisa lidar com a defasagem dos preços dos combustíveis, que beira os 10%”, disse.
Para o economista-chefe da DX Investimentos, Lino Gill, uma das vantagens que elevaram as ações Petro foi o leilão ter saído pelo valor mínimo de óleo-lucro exigido pelo governo federal, que era de 41,65%. “Não houve ágio, ou seja, o consórcio terá maior retorno. Além do mais, a entrada de outros participantes (Shell e Total), além das estatais chinesas, confere maior credibilidade ao consórcio porque essas companhias exigem um retorno mínimo para participação em novos projetos”, afirmou.