O ministro da Fazenda, Guido Mantega, informou nesta quinta-feira, que convidará as centrais sindicais até o início da próxima semana para discutir medidas de redução dos gastos do governo com seguro-desemprego e abono salarial. "Vou conversar com as centrais para estudar em conjunto. Queremos beneficiar os trabalhadores e não prejudicá-los", disse.
Segundo o ministro, o objetivo é reduzir a rotatividade no mercado de trabalho e melhorar a qualificação. Mantega disse que, ao reduzir a rotatividade, estas despesas caem. "É bom para o trabalhador. É bom para o governo", argumentou. Segundo ele, os gastos com abono estão subindo expressivamente em função dos reajustes do salário mínimo. O ministro informou que o crescimento este ano é de 17%. Os gastos com seguro-desemprego sobem em torno de 10% na comparação com o ano passado.
Mantega disse que as despesas com abono salarial devem atingir R$ 24 bilhões em 2013, cifra próxima aos gastos com o Minha Casa Minha Vida. Mantega, no entanto, não quis antecipar que tipo de medida será tomada para reduzir os gastos com o abono. "Estamos estudando quais medidas podem atenuar esses gastos, mas prefiro discutir antes com as centrais sindicais", disse.
Fraude
O ministro afirmou que algumas empresas podem estar fraudando o seguro-desemprego. Segundo ele, algumas empresas podem estar demitindo o trabalhador para receber o seguro, mas ele continua trabalhando informalmente na empresa com um salário menor. "Às vezes, o trabalhador é obrigado a fazer isso", disse.
Mantega comentou que a decisão do governo de ofertar qualificação ao trabalhador já no primeiro pedido de seguro-desemprego não aumenta os gastos da administração pública com cursos. "Nós já estamos aumentando os cursos de qualificação fortemente. São quatro milhões só no sistema Senai/Senac por ano", disse.