Maurício Costa, presidente da Associação Brasileira do Setor de Informações Funerárias (Abrasif), observa que a alta anual do setor caminha de acordo com o crescimento da renda da população brasileira, por isso é um segmento que cresce, mesmo com o avanço da longevidade. Líder comunitário no Aglomerado da Serra, em Belo Horizonte, Antônio João de Ramos, de 68 anos, diz que sua hora “ainda vai demorar, mas não vai passar batido”. Pensando nisso, ele diz ter um grande desejo: “Queria ser enterrado em Marliéria, onde nasci”. Antônio fez uma pesquisa e descobriu que um plano funerário atende o Vale do Rio Doce. “Vou contratar o serviço”, decidiu-se.
O pedreiro Nelson Chagas do Nascimento conta que sua mãe também comprou o convênio para ela e os filhos. “A vantagem é que o plano dá o transporte para a família ir ao velório e também corre atrás de toda a documentação, o que é a parte mais difícil e complicada, principalmente no momento da morte”, analisa.
Outra empresa que surfa na receptividade do brasileiro é o plano de assistência funeral Bom Pastor, que iniciou as atividades há 15 anos, em Brasília de Minas (Norte de Minas), e hoje anuncia que atua em 32 cidades da região. A Bom Pastor oferece um plano assistencial com cobertura familiar, explica Wenderson Pedro Ferreira Borges, responsável pela área dos planos de assistência funeral da empresa. Ele diz que os preços variam de R$ 13,56 por mês a R$ 67,80, dependendo da cobertura, e oferecem benefícios como descontos para compra em farmácias.
FUTEBOL Muito além dos santinhos, os planos funerários incorporam as inovações do mercado, como urnas com imagens de santos ou com emblemas de times de futebol. No interior do estado, com a decisão de muitas igrejas de não fazerem mais velórios, o serviço vem sendo incorporado aos planos. Alguns com salas climatizadas, cozinhas e espaço dedicado ao descanso. Em Montes Claros, também no Norte do estado, pelo menos três funerárias da cidade, a Santa Casa, a Avelar e a Bom Pastor, já têm velórios próprios e anunciam que não cobram pelo espaço, desde que a família venha a adquirir o serviço do sepultamento prestado por elas. (MC)
enquanto isso...
… Funeral na Classe A
Na classe A e B, o luxo faz parte da despedida. Os custos dos funerais podem começar em R$ 4 mil, com o aluguel do velório. Na Funeral House, onde podem ocorrer até três eventos simultâneos, os clientes que preferem a exclusividade têm a opção de reservar todo o espaço, instalado em uma casa espaçosa na Avenida Afonso Pena, por R$ 11 mil. Os serviços cobrados à parte incluem bufê com bebidas como prossecos e uísque, canapés, caldos, lanches finos. Há também serviço de manobrista, lembrancinhas, como os bem-velados, e ainda o velório on-line, que pode ser acompanhado por parentes e amigos à distância, em tempo real. O carro para transporte do corpo também é diferenciado. “Temos um Cadillac de 1974”, explica diretor da casa, Haroldo Felício.