A primeira parcela do 13º salário será paga neste mês. Com a liberação do benefício, comerciantes esperam que os consumidores inadimplentes procurem o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) para saldar dívidas. De acordo com a economista da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), Ana Paula Bastos, sem dívidas o consumidor pode voltar a comprar a prazo. “Tradicionalmente os recursos oriundos do pagamento do 13º salário são direcionados para o pagamento de dívidas, para quem as possui, consumo de artigos de Natal e reserva financeira”, explica. “Além disso, é preciso reservar uma parte do 13º salário para futuras emergências”, completa.
Até o final de 2013 devem ser injetados na economia brasileira cerca de R$ 143 bilhões em razão do pagamento do 13º salário, valor 9,2% maior que o estimado para o ano passado segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O montante – cerca de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) do país – inclui todos os trabalhadores do mercado formal, inclusive os empregados domésticos e beneficiários da Previdência Social. Aproximadamente R$ 83,2 milhões de brasileiros devem ser beneficiados.
Em Minas Gerais o pagamento do benefício injetará na economia um valor aproximado de R$ 12,99 bilhões, enquanto em Belo Horizonte será de R$ 2,3 milhões. De acordo com levantamento realizado pela CDL/BH com 404 consumidores da capital mineira, entre os dias 2 e 16 de outubro, a maioria (41,1%) dos belo-horizontinos vai usar o décimo terceiro para o pagamento de dívidas. 33,05% vai economizar a grana, 12,29% vai usar para a compra de presentes de fim de ano, 9,75% vai gastar em viagens, 3,81% com a compra de roupas e 2,97% não sabem.
Dicas de especialistas
Em vez dos presentes de Natal, o dinheiro extra, recomendam especialistas, deve ser empregado para pagar dívidas ou poupado para aliviar o impacto das despesas que costumam pressionar o orçamento familiar depois do ano-novo.
Segundo Gilberto Braga, professor do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec), a prioridade para o décimo terceiro deve ser a quitação de dívidas, principalmente o cartão de crédito rotativo e o cheque especial. “Essas são as modalidades com taxas de juros mais altas. Quanto mais rápido o consumidor conseguir se livrar dessas obrigações, melhor”, recomenda.
O consultor de varejo Alexandre Ayres acredita que o próprio momento econômico justifica o uso prioritário do décimo terceiro no pagamento de dívidas. “O endividamento dos consumidores não só está alto, como tem crescido de forma consistente neste ano. Sem dúvida, o uso mais prudente para o salário extra é a quitação de dívidas”, explica.
Depois do pagamento das dívidas, o décimo terceiro deve ser usado como reserva para as despesas de início de ano. De acordo com Braga, o planejamento ajuda a reduzir o peso de gastos como materiais escolares, renovação de matrículas escolares e impostos como o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), cobrados nos primeiros meses do ano em alguns estados e municípios. Braga sugere que o trabalhador ponha todas as despesas de início de ano numa planilha para ver o que pode ser pago com o décimo terceiro.
Com Agência Brasil