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Estado de Minas

Nos aglomerados, 31,6% tinham renda de até meio salário mínimo em 2010

Nas outras áreas urbanas, o percentual é de 13,8%


postado em 06/11/2013 11:59 / atualizado em 06/11/2013 12:44

Nas favelas, invasões, assentamentos do país, 31,6% dos moradores tinham rendimento domiciliar per capita até meio salário mínimo, ante 13,8% nas outras áreas urbanas. Apenas 0,9% dos moradores de comunidades carentes tinham rendimento domiciliar per capita de mais de cinco salários mínimos, ante 11,2% nas demais áreas da cidade. Os dados são da pesquisa Áreas de Divulgação da Amostra para Aglomerados Subnormais, lançada pela primeira vez hoje (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A nova pesquisa utiliza dados do questionário da amostra do Censo 2010, aplicado em mais de 6 mil domicílios brasileiros para diferenciar com mais detalhes a vida nas favelas e nas demais áreas da cidade.

A pesquisa também constatou que quase 28% dos trabalhadores moradores dessas comunidades não tinham carteira assinada em relação às outras áreas da cidade (20,5%). A exceção foi verificada em Florianópolis, onde 10,5% dos moradores de comunidades pobres não tinham carteira assinada, ante 15,1% das demais áreas da cidade. Em Belo Horizonte, o índice chega a 18,9% nos aglomerados e 16,1% nas outras áreas.


O estudo mostra também que a geladeira e a televisão eram os bens praticamente universalizados tanto nos domicílios irregulares quanto nas habitações regulares. Também não foi verificada diferença na posse de motocicleta entre as duas áreas, sendo 11,3% nas demais áreas e 10,3% nos aglomerados subnormais. As desigualdades maiores foram registradas quando a pergunta era sobre posse de máquina de lavar, computador e acesso à internet. Menos da metade dos moradores em aglomerados subnormais (41,4%) tinha máquina de lavar, ante 66,7% dos moradores nas demais áreas; 27,8% tinham computador, em comparação com 55,6% da população das outras áreas; e 20,2% tinham computador com acesso à internet, contra 48% das demais áreas.

Diploma universitário


Somente 1,6% dos moradores de aglomerados subnormais tinham diploma universitário no Brasil, ante 14,7% da população residente de outras áreas das cidades, em 2010.

O pesquisador da Coordenação de Geografia do IBGE, Maurício Gonçalves e Silva, lembrou que embora as desigualdades entre moradores de favelas e de outras áreas urbanas do Brasil não sejam novidade, a dimensão dessas discrepâncias sociais e educacionais foi dada pela primeira vez com o estudo.

“Não é que todos devam ter nível superior, mas ver que na mesma parte da cidade pessoas que convivem no mesmo ambiente, nas mesmas ruas, têm níveis de escolaridade tão diferentes mostram dois mundos em um mesmo espaço”, comentou o pesquisador. Ele deu como exemplo os bairros da Glória e de Copacabana, na zona sul da cidade, onde cerca de 50% dos moradores de favelas não tinham instrução, enquanto entre os moradores de outras áreas do bairro 50% tinham nível superior completo.(Com Agência Brasil)


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