A recente estabilização do real em um nível mais valorizado e a acomodação do preço de algumas commodities garantiram menor pressão dos preços no atacado e puxaram a forte desaceleração do Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) em outubro, de acordo com a analista de inflação da Tendências, Adriana Molinari. "Esses foram os principais destaques".
O IGP-DI registrou inflação de 0,63% em outubro (ante 1,36% em setembro). O resultado veio abaixo da expectativa da consultoria, de 0,68%. No Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) Industrial, a economista destacou o desempenho do minério de ferro, que acelerou na passagem de um mês para o outro de 4,79% para 5,78%, mas dá sinais de que começa a perder fôlego.
Além disso, segundo Adriana, o IPA Agropecuário não deve se destacar como fonte de pressão altista nos próximos meses, já que se espera menor elevação nos preços de bovinos, aves, suínos e leite in natura. "Com isso, para novembro, a tendência é de que o IPA mantenha a trajetória de baixa e volte a contribuir para a desaceleração do IGP-DI, desde que não aumente a volatilidade no mercado de câmbio", disse.
Apesar da expectativa de um índice mais comportado para o que resta do ano, Adriana espera aceleração no acumulado de 12 meses. "O IGP-DI fechou outubro com alta de 5,5% no acumulado em 12 meses. Nossa expectativa é de que termine o ano em 5,6%."