Minas Gerais é o segundo maior produtor de cervejas artesanais do Brasil, atrás apenas de Santa Catarina. Dos 120 estilos de cerveja que existem no mundo, mais de 50 são reproduzidos no Estado. Uma dúzia de fábricas e dezenas de cervejeiros caseiros de alto nível garantem cada vez mais público e mercado, além do apelido de "Bélgica Brasileira". Inspirada neste momento e qualidade das microcervejarias locais, o setor de turismo já começa a se preparar para explorar esse filão.
Na agência ALR Viagens, a diretora Renata Ribeiro conta que existe uma grande demanda por esse tipo de passeio, já que muitos clientes da agência fizeram tours cervejeiros pela Europa. "Nossos clientes que apreciam esses tours fora do país e são fãs das cervejas locais solicitaram uma programação pelas cervejarias mineiras, com visitas guiadas e degustações. A ideia partiu deles e vamos atendê-los", explica.
O primeiro Beer Tour da agência será neste sábado, com a presença de cervejeiros que vão apresentar a história e as instalações da Wäls e Küd. O roteiro começa na Wäls, que abre as portas da fábrica na Região da Pampulha para ensinar um pouco sobre o processo de produção das cervejas. Eleita a cervejaria do ano em 2012 durante o South Beer Cup, concurso sul-americano em Blumenau (SC), a Wäls vai selecionar cinco rótulos do portfólio premiado para degustação.
Na sequencia, os fãs da cerveja seguirão para o Bairro Jardim Canadá, em Nova Lima, Grande BH, onde fica a Cervejaria Küd. Com decoração, conceito e receitas em clima de rock ‘n roll, eles fabricam seis chopps especiais com nomes inspirados na história roqueira. A degustação inclui quatro deles, em um almoço harmonizado com entrada, prato principal e sobremesa. O passeio inclui transporte a partir da Savassi, acompanhamento, visitas guiadas, degustações e o almoço. O preço por pessoa é R$ 155. A ALR Viagens está com inscrições abertas para a primeira edição e as próximas.
Artesanais
Em Minas Gerais, a demanda por cervejas artesanais – feitas sem recursos industriais – tem um aumento de 15% ao ano, desde 2007, de acordo com dados do Sindbebidas. Segundo Marco Falcone, vice-presidente do sindicato, os festivais gastronômicos no Estado têm grande influência nesse setor, mais do que a mudança de estações, que é mais decisivo para as cervejas industriais.
“Em Minas, as cervejarias Falke, Walls, Backer e Krug Bier têm mais de 30 rótulos artesanais, inclusive cervejas próprias para o consumo no inverno, focadas em harmonização de pratos que competem com combinações de vinhos. Todas as cervejarias mineiras estão em processo de expansão para atender a demanda, de um público que além do prazer de consumir busca o conhecimento na cerveja, novos tipos do produto, matérias-primas nobres, novos sabores, aromas e toda a carga histórica e cultural da bebida que acompanha a civilização humana”, ressalta.