Os resultados das vendas do comércio varejista brasileiro no mês de setembro não mudaram projeções do Besi Brasil para o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB) e esperado para esta quinta-feira, 12. Porém, apontam para um resultado "longe de ser favorável" para o crescimento da atividade econômica no terceiro trimestre, avaliou o economista-sênior do banco, Flávio Serrano. Para o IBC-Br, o Besi espera altas de 0,3% em setembro, na margem, e de 3,7% na comparação com igual mês de 2012.
Ao comentar o aumento de 0,5% do varejo restrito no nono mês do ano, ligeiramente abaixo da mediana das estimativas (0,7%) e a retração de 0,7% do ampliado, aquém da mediana encontrada (estabilidade), Serrano destacou perda de dinamismo em móveis e eletrodomésticos, que demonstrariam perda de força dos efeitos de programas de estímulo do governo. "Ainda assim, o varejo consegue ser sustentado por condições de renda favoráveis".
O varejo restrito, destacou, vem desacelerando desde o pico alcançado em julho (+2,1%), mas no trimestre é forte (avanço de 3,2%). "Foi até que bem razoável e ajuda a salvar o PIB, já que a indústria teve um desempenho ruim", disse, referindo-se à alta de 0,7% da produção industrial em setembro.
De qualquer forma, o economista-sênior do Besi não espera um resultado "brilhante" para o PIB do terceiro trimestre. "Há grande chance de ser ligeiramente negativo", afirmou, lembrando que a base de comparação (segundo trimestre) é alta (1,5%, na margem e 3,3%, interanual). Ele acrescentou que o quarto trimestre deve começar ruim, diante da projeção de estabilidade para a produção industrial em outubro, na comparação com setembro, e da trajetória de desaceleração do varejo restrito e desempenho mais fraco do ampliado.