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Estado de Minas

Governo aposta que déficit de US$ 1,8 bi na balança comercial possa ser revertido até dezembro

Com menos consumo de combustível na agricultura e queda nas importações, expectativa é de que entressafra deve gerar superávit


postado em 16/11/2013 06:00 / atualizado em 16/11/2013 07:39

Secretário de Comércio Exterior, Daniel Godinho:
Secretário de Comércio Exterior, Daniel Godinho: "Situação é conjuntural" (foto: Ana Rayssa/Esp. CB/D.A Press)

Brasília – O governo aposta na entressafra agrícola para reverter até o fim do ano o déficit da balança comercial brasileira, que é de US$ 1,8 bilhão de janeiro a outubro. O saldo negativo é o maior para o período desde 1998 e o comércio do país caiu com praticamente todos os parceiros econômicos, menos a China e a Argentina. Até o mês passado, as importações cresceram quase oito vezes mais do que as exportações. A mudança no resultado comercial do país virá com a redução do consumo de combustível na agricultura, segundo acredita o novo secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), Daniel Godinho.


“Essa situação é conjuntural”, ameniza o servidor público da carreira de analista de comércio exterior há 10 anos. Desde 2011 exercia o cargo de diretor do Departamento de Negociações Internacionais (Deint) e desempenhava a função de secretário substituto da Secex. Ele assumiu a secretaria no início de agosto. Pelos cálculos dele, as importações de petróleo é que pesaram na balança. E, sem elas, as exportações teriam crescido 5,7%. A aposta do secretário é que a entressafra agrícola ajude a reduzir a demanda por combustíveis para, até dezembro, reverter o déficit da balança no ano.


Até o momento, nem ajuda contábil da exportação de US$ 4,7 bilhões de quatro plataformas este ano e que não saíram do litoral brasileiro reverteu o saldo negativo acumulado até outubro. Trata-se de um recorde tanto em quantidade quanto em valor, de acordo com especialistas. Mas Godinho nega qualquer tipo de artifício e afirma que o conceito de exportação não passa necessariamente pela saída do produto e sim “pela transferência de titularidade de uma pessoa jurídica nacional para uma pessoa jurídica estrangeira e também pelo pagamento de moeda estrangeira e entrada de divisas no país”. Ele ainda sinaliza que podem vir outras exportações nesse sentido. “E torcemos para que haja cada vez mais plataformas porque assim teremos mais produção de petróleo e assim mais exportação do produto”, afirmou.

Crise Para ele, o menor crescimento das exportações brasileiras ocorre por causa da continuação da crise econômica global. “Casos tradicionais para os quais o Brasil sempre exportou, como os Estados Unidos e a União Europeia, diminuíram e muito as importações e isso impactou os dados das exportações brasileiras”, lembrou Godinho. Mesmo reconhecendo que a crise econômica global afetou as vendas internacionais do país, Godinho afirma que a abertura de outros mercados vai garantir ao Brasil atingir o recorde histórico de exportações de produtos como carne, celulose, soja, milho e automóveis. “Nunca exportamos tanto automóveis como neste ano. O crescimento das exportações de veículos vem sendo puxado pela Argentina. Isso é muito positivo”, disse o secretário de Comércio Exterior.


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