O leilão dos aeroportos internacionais Antônio Carlos Jobim/Galeão, no Rio de Janeiro, e Tancredo Neves, em Confins, região metropolitana de Belo Horizonte, que resultou em ágio médio de 253% sobre o valor inicial definido pelo governo federal para as duas unidades, foi considerado positivo pelo professor da Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas (Ebape), da Fundação Getulio Vargas (FGV), Renaud Barbosa. Ele indicou, porém, que persistem problemas sérios de infraestrutura.
Em entrevista à Agência Brasil, Barbosa avaliou que o resultado do pregão será positivo para o investidor, que terá um retorno muito grande com a exploração dos aeroportos e também para as pessoas que estiverem transitando dentro das unidades. “Só não vai resolver o problema de quem precisa viajar”.
Para as pessoas que estiverem nos aeroportos, o leilão trará vantagens, assegurou. “Vai melhorar o chek-in - apresentação do passageiro no balcão da empresa aérea munido de documentos e bagagem -, os serviços vão melhorar, as esteiras rolantes vão melhorar. As conexões entre os terminais vão melhorar. Tudo isso vai melhorar muito, porque o objetivo do concessionário será fazer o máximo de dinheiro”.
Ele ressaltou, no entanto, que essas questões não são problemas efetivos. Segundo ele, o desafio reside em melhorar a a infraestrutura de acesso aos aeroportos. “O passageiro quer chegar ao aeroporto e ao destino final. Aí é que o bicho pega”, disse. O aeroporto é somente um elemento intermediário. Para que o passageiro chegue ao local é necessário que haja infraestrutura terrestre. Nós não temos”.
O professor frisou que o passageiro ainda não conta com uma boa infraestrutura aérea. “A nossa anda deficiente em termos de controle de voo". Por outro lado, é necessário criar novas vias de acesso que permita ao passageira chegar ao Galeão, como obra que viabilizem transportes coletivos como o VLT (Veículo Leve sobre Trilho). No caso específico do Galeão, Barbosa disse que os dois acessos existentes são a Linha Vermelha e a Transcarioca, esta última que só deverá estar concluída em 2014 ou 2015.