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Estado de Minas

Mais um recorde com gastança no exterior

Mesmo com dólar em alta, brasileiros desembolsam lá fora US$ 2,3 bilhões em outubro, maior volume para um mês


postado em 23/11/2013 07:29

Brasília – Brasileiros continuam a gastar como nunca no exterior. Nem o dólar alto e nem o quadro de desconfiança que ronda a economia têm reduzido os embarques. Somente em outubro, os turistas que deixaram o país desembolsaram em outros países US$ 2,3 bilhões. É o maior valor registrado para um mês desde que a série histórica desse indicador foi iniciada em 1969. O recorde anterior tinha sido apurado em janeiro passado, período de férias escolares e aquecido para o setor de turismo, quando foi apurado um montante de US$ 2,29 bilhões.

No acumulado do ano, as despesas dos brasileiros com viagens internacionais totalizaram US$ 21,2 bilhões, também um recorde. Como estrangeiros não têm se animado muito a vir para o Brasil, o déficit nessa conta alcançou US$ 1,8 bilhão no mês passado e US$ 15,6 bilhões nos 10 primeiros meses de 2013. O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Túlio Maciel, explicou que brasileiros têm ido ao exterior porque ascenderam socialmente, estão empregados e tiveram melhorias salariais nos últimos anos.

Maciel adiantou que até o dia 20 as despesas no exterior somavam US$ 1,216 bilhão e as receitas deixadas por estrangeiros no Brasil estavam em US$ 364 milhões. Isso representa um déficit de US$ 853 milhões, que dificilmente será revertido. O chefe do Departamento Econômico projetou, com base na média diária de novembro, que o saldo negativo líquido será de US$ 1,312 bilhão, o maior resultado em meses de novembro, caso o número seja registrado.

Para o presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens no Distrito Federal (Abav-DF), Carlos Vieira, o brasileiro tem viajado cada vez mais porque tem antecipado as compras dos pacotes, parcelado o custo de passagens e hospedagens, além de ter feito economia para gastar em produtos no exterior. Ele ressaltou que o setor deve crescer até 23% em 2013 e no próximo ano pelo menos 15%. “Nossos clientes têm feito enxovais de casamento e para bebês em Miami, realizado festas de casamento e bodas em Nova York e visitado a Europa com mais frequência. Há pessoas que economizam o ano todo para trocar o guarda-roupa nos Estados Unidos”, completou.

ROMBO No geral, depois de um alívio em setembro, o rombo nas trocas de bens, serviços e rendas do país com o exterior voltou a crescer em outubro e também bateu recorde. O chamado déficit em conta corrente somou US$ 7,1 bilhões no mês passado, maior rombo já registrado em outubro. O valor ficou acima da expectativa do Banco Central para o mês (US$ 5,3 bilhões) e foi 31,4% superior ao de outubro de 2012 (US$ 5,4 bilhões).

No acumulado do ano até outubro, o resultado negativo nas contas externas, de US$ 67,5 bilhões, também é recorde para o período e 70,5% maior que o registrado nos nove primeiros meses de 2012 (US$ 34,1 bilhões). Pressionado pela piora do desempenho na balança comercial, o déficit de 2013 já supera todo o rombo do ano passado (US$ 54,2 bilhões). Esse aumento reflete, principalmente, o aumento das importações de combustíveis e a queda das exportações de petróleo. Com o resultado de outubro, o fluxo de recursos financeiros não foi suficiente para compensar o déficit em conta corrente acumulado nos primeiros 10 meses do ano.

A entrada de dólares para investimentos somou US$ 66,5 bilhões no período. Considerada a melhor forma de financiar o saldo negativo nas trocas de bens, serviços e rendas, a entrada de recursos produtivos (para aquisição e expansão de empresas) atingiu US$ 59,1 bilhões de janeiro a outubro.


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