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Estado de Minas

Grupos imobiliários devem US$610 bilhões à receita chinesa


postado em 25/11/2013 18:10

Os principais grupos imobiliários chineses devem mais de 3,8 trilhões de yuanes (US$610 bilhões) em impostos atrasados, segundo reportagem da televisão estatal chinesa, que gerou grande polêmica nesta segunda-feira. Essas empresas deveriam ter pago mais de 4,6 trilhões de yuanes de impostos imobiliários entre 2005 e 2012, mas as autoridades apenas arrecadaram 800 bilhões, informou no domingo a CCTV em uma transmissão semanal dedicada aos direitos dos consumidores.

A rede informou que essas cifras foram estabelecidas pelo advogado Li Jinsong, de um gabinete de Pequim. Li já tinha feito alusão, no passado, a esses gigantescos atrasos no pagamento de impostos, apesar de nunca ter tido um suporte midiático tão importante.

A CCTV não informou o total de empresas acusadas de não ter pago todos os seus impostos, mas explicou que a lista inclui 45 grupos imobiliários cotados na bolsa na China ou no exterior, entre eles os gigantes do setor, como Agile, SOHO China ou Vanke.

Nas redes sociais chinesas, muitos internautas chineses denunciavam a "avidez" dos grupos imobiliários, em um momento em que os preços dos apartamentos subiram de forma ininterrupta nos últimos anos, em um contexto de "boom" no setor da construção.

Apesar das medidas adotadas pelas autoridades chinesas, os preços dos imóveis continuaram aumentando. Em outubro passado, esse aumento foi de 10,7% em termos anuais. "Os promotores imobiliários provocam uma alta dos preços a níveis insuportáveis. Já é hora de repartir uma parte de sua pilhagem", afirmou um internauta no Weibo, equivalente chinês do Twitter.

Contudo, algumas empresas incriminadas reagiram criticando os erros de metodologia nos cálculos do advogado Li Jinsong. O presidente do grupo Huayan Property, Ren Zhiqiang, atacou a CCTV, lamentou a estupidez e ignorância da rede de televisão e ameaçou denunciá-la na justiça. O advogado Li, na origem das revelações, replicou em um microblog: "Após ter lido suas mensagens, descubro sua estupidez e ignorância no que se refere ao âmbito do sistema fiscal", disse ao presidente da Huayan property.

Nem a Soho China nem a China Vanke, duas das empresas questionadas na reportagem, comentaram as informações da televisão estatal. Os meios oficiais chineses multiplicaram nos últimos meses as campanhas de ataques contra empresas, incluindo as multinacionais, em um contexto de numerosas investigações por parte das autoridades sobre corrupção ou acordos indevidos sobre preços.

A CCTV atacou este ano o gigante norte-americano da eletrônica Apple, que foi criticado por sua política de garantia e de serviço pós-venda, a sul-coreana Samsung, questionada pela qualidade de seus 'smartphones', ou a rede de cafés Starbucks, acusada de praticar preços muito altos.


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