O Comitê de Política Monetária (Copom) elevou em 0,5 ponto percentual a taxa básica de juros (Selic), que passou para 10% ao ano. Esse foi o sexto aumento consecutivo, desde outubro de 2012, quando a Selic chegou a 7,25% ao ano, o menor nível da história. Com a decisão por unanimidade, a diretoria do Banco Central enterrou de vez o desejo da presidente Dilma Rousseff de ter juros de apenas um dígito e taxa real – descontada a inflação – de 2% ao ano. Em comunicado diferente dos quatro anteriores, a autoridade monetária deixa a entender que reduzirá o ritmo do arrocho.
O economista-chefe do Espirito Santo Investement Bank, Jankiel Santos, não se surpreendeu com a alta da Selic. Conforme ele, o Banco Central sinalizou essa elevação em comunicado e ata ao mercado, mas isso não é suficiente para recuperar a credibilidade, arranhada, após ser leniente com a inflação. Santos ressaltou que o discurso do governo de que questões internacionais têm efeito direito no fenômeno causado pela carestia não é uma justificativa plausível para segurar o aperto monetário.
O Planalto investiu em um modelo econômico para impulsionar o crescimento e passou a ser tolerante com a inflação, além de aumentar os gastos públicos e a recorrer a contabilidade criativa para maquiá-los. Entretanto, com essa combinação explosiva, o governo e o BC que passaram a conviver com fenômeno de carestia que resiste em ceder, deterioração das contas públicas e baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Nem a Selic em patamares históricos na casa de um dígito no fim do ano passado impulsionou o consumo das famílias. Com isso, o crescimento do país no primeiro trimestre foi de apenas 0,6%, quando a equipe econômica esperava um resultado acima de 1%. Em meio a esse cenário, o BC foi forçado a iniciar um processo de elevação da taxa básica de juros. Entretanto, o mercado continua desconfiado se o arrocho da autoridade monetária será suficiente para controlar a carestia.
O Palácio do Planalto, por sua vez, teme com a possibilidade de entregar, ao fim do mandato, uma Selic maior que 10,75%, percentual que recebeu de Lula, e aposta em uma taxa básica de juros de 10,25% ao ano em 2014.
ALERTA Para o setor varejista, a alta da Selic pode comprometer o crescimento do último semestre, comprometendo o poder de compra dos brasileiros faltando poucos dias para o Natal. De acordo com o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), Bruno Falci, apesar de o aumento da taxa básica ser esperado, uma redução dos juros poderia representar impulso extra nas vendas do comércio. Para ele, o aumento dos juros é um dos principais entraves do setor, que sofre com a queda de vendas quando os custos do crédito aumentam. Falci acredita que o avanço do setor em BH deve continuar no mesmo patamar, encerrando o ano com alta entre 4,5% e 5,5%. Para 2014, a expectativa da CDL-BH é mais moderada, em torno de 3,5%. “Mas, se houver reduções na taxa Selic no próximo ano, a previsão de vendas o comércio poderá ser revista para cima”, completa.
O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Olavo Machado Júnior, apesar de Europa e Estados Unidos não estarem recuperados da crise, países vizinhos da América Latina, como Peru, Chile e Colômbia, por exemplo, não sofrem as mesmas pressões inflacionarias. “Enquanto esse países apresentam inflação acumulada em 12 meses abaixo de 3%, no Brasil a inflação ronda os 6%. Por outro lado, se em 2012 nosso PIB cresceu 0,9%, Peru, Chile e Colômbia avançaram, respectivamente, 6,3%, 5,6% e 4%. Portanto, alguma coisa está errada”, afirma. Para ele, o investimento continua estagnado. “Em torno de 18% do PIB, limitando nossas possibilidades de crescimento sustentado. Precisamos parar com esse círculo vicioso que não contribui para a elevação da produtividade e para ganhos de competitividade no Brasil”, completa.
Para economista da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio-MG) Gabriel de Andrade Ivo, o aumento da taxa de juros para pressionar a inflação não reflete bons resultados. “O governo precisa apresentar propostas mais convincentes. A inflação está cada dia maior e tende a piorar com o aumento da gasolina e do transporte público.”
O economista-chefe do Espirito Santo Investement Bank, Jankiel Santos, não se surpreendeu com a alta da Selic. Conforme ele, o Banco Central sinalizou essa elevação em comunicado e ata ao mercado, mas isso não é suficiente para recuperar a credibilidade, arranhada, após ser leniente com a inflação. Santos ressaltou que o discurso do governo de que questões internacionais têm efeito direito no fenômeno causado pela carestia não é uma justificativa plausível para segurar o aperto monetário.
O Planalto investiu em um modelo econômico para impulsionar o crescimento e passou a ser tolerante com a inflação, além de aumentar os gastos públicos e a recorrer a contabilidade criativa para maquiá-los. Entretanto, com essa combinação explosiva, o governo e o BC que passaram a conviver com fenômeno de carestia que resiste em ceder, deterioração das contas públicas e baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Nem a Selic em patamares históricos na casa de um dígito no fim do ano passado impulsionou o consumo das famílias. Com isso, o crescimento do país no primeiro trimestre foi de apenas 0,6%, quando a equipe econômica esperava um resultado acima de 1%. Em meio a esse cenário, o BC foi forçado a iniciar um processo de elevação da taxa básica de juros. Entretanto, o mercado continua desconfiado se o arrocho da autoridade monetária será suficiente para controlar a carestia.
O Palácio do Planalto, por sua vez, teme com a possibilidade de entregar, ao fim do mandato, uma Selic maior que 10,75%, percentual que recebeu de Lula, e aposta em uma taxa básica de juros de 10,25% ao ano em 2014.
ALERTA Para o setor varejista, a alta da Selic pode comprometer o crescimento do último semestre, comprometendo o poder de compra dos brasileiros faltando poucos dias para o Natal. De acordo com o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), Bruno Falci, apesar de o aumento da taxa básica ser esperado, uma redução dos juros poderia representar impulso extra nas vendas do comércio. Para ele, o aumento dos juros é um dos principais entraves do setor, que sofre com a queda de vendas quando os custos do crédito aumentam. Falci acredita que o avanço do setor em BH deve continuar no mesmo patamar, encerrando o ano com alta entre 4,5% e 5,5%. Para 2014, a expectativa da CDL-BH é mais moderada, em torno de 3,5%. “Mas, se houver reduções na taxa Selic no próximo ano, a previsão de vendas o comércio poderá ser revista para cima”, completa.
O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Olavo Machado Júnior, apesar de Europa e Estados Unidos não estarem recuperados da crise, países vizinhos da América Latina, como Peru, Chile e Colômbia, por exemplo, não sofrem as mesmas pressões inflacionarias. “Enquanto esse países apresentam inflação acumulada em 12 meses abaixo de 3%, no Brasil a inflação ronda os 6%. Por outro lado, se em 2012 nosso PIB cresceu 0,9%, Peru, Chile e Colômbia avançaram, respectivamente, 6,3%, 5,6% e 4%. Portanto, alguma coisa está errada”, afirma. Para ele, o investimento continua estagnado. “Em torno de 18% do PIB, limitando nossas possibilidades de crescimento sustentado. Precisamos parar com esse círculo vicioso que não contribui para a elevação da produtividade e para ganhos de competitividade no Brasil”, completa.
Para economista da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio-MG) Gabriel de Andrade Ivo, o aumento da taxa de juros para pressionar a inflação não reflete bons resultados. “O governo precisa apresentar propostas mais convincentes. A inflação está cada dia maior e tende a piorar com o aumento da gasolina e do transporte público.”