As políticas de estímulo parecem ter fracassado na missão de impulsionar o desenvolvimento econômico do país. O Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no Brasil, caiu 0,5% no terceiro trimestre deste ano, em relação ao trimestre anterior. O PIB totalizou R$ 1,21 trilhão no período de julho a setembro, segundo dados divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O mercado previa baixa de 0,3% entre julho e setembro, na comparação com os três meses anteriores. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, havia projetado na segunda-feira um valor superior, de 2,5% em relação ao mesmo período do ano passado.
A queda de 0,5% é a pior desde o primeiro trimestre de 2009- auge da crise financeira internacional - quando houve recuo de 1,6%. O PIB havia se mantido estável no primeiro trimestre deste ano e crescido 1,8% no segundo trimestre.
Pelo lado da produção, a agropecuária puxou a queda do PIB no terceiro trimestre, com recuo de 3,5%. Apesar do movimento do terceiro trimestre, a gerente de Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Rebeca de La Rocque, ressalta que a agropecuária continua sendo o setor com maior variação positiva na formação do PIB de 2013. No acumulado do ano, o PIB da agropecuária contabiliza alta de 8,1%.
Segundo ela, a queda do terceiro trimestre pode ser explicada pelo fim da safra da soja, produto que tem peso elevado no cálculo do indicador. "Só no primeiro semestre, a agropecuária teve uma alta de 12,3%", lembrou.
Já a indústria e o setor de serviços cresceram apenas 0,1% no período. Pelo lado da demanda, houve queda de 2,2% na formação bruta de capital fixo, que representa os investimentos. O consumo das famílias cresceu 1% e o consumo do governo, 1,2%.
No setor externo, as importações tiveram crescimento mais acentuado (13,7%). As exportações de bens e serviços também subiram, mas em ritmo mais moderado (3,1%). A taxa de investimento ficou em 19,1%, enquanto a taxa de poupança foi 15%.
Na comparação com o terceiro trimestre de 2012, a economia brasileira teve crescimento de 2,2%. O PIB cresceu 2,4 % no acumulado do ano e 2,3% no acumulado de 12 meses.
O Brasil enfrentou dois anos de fraco crescimento, com uma alta do PIB de apenas 1% em 2012, segundo os últimos números revisados publicados nesta terça-feira, e de 2,7% em 2011, após um espetacular 7,5% de 2010.
Para este ano o mercado e as autoridades esperam um crescimento de 2,5%, e para o próximo ano os analistas projetam 2,11%. (Com agências)
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