Negociadores brasileiros e argentinos devem 'amarrar', nas próximas horas, a proposta que os dois países vão apresentar aos sócios do Mercosul para fechar uma oferta de abertura do mercado regional à União Europeia, com o objetivo de formar uma área de livre comércio entre os dois blocos. A informação foi dada pelo ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Fernando Pimentel, nesta quinta-feira, 5, após reunião com o chefe de Gabinete de Ministros da Argentina, Jorge Capitanich, na Casa Rosada, em Buenos Aires.
"De concreto é que hoje mesmo está havendo uma videoconferência entre os negociadores brasileiros e argentinos para avançarmos no fechamento da oferta que faremos à União Europeia. As duas equipes estão trabalhando nas ofertas do Brasil e da Argentina. E, na semana que vem, no Rio de Janeiro, também vai ter uma reunião, esta mais decisiva, com todos os países do Mercosul, para fecharmos a proposta dos cinco países", disse Pimentel aos correspondentes brasileiros. Ele confirmou que a Venezuela não fará uma proposta, mas participa das negociações. "Entre os dias 18 e 19 de dezembro vamos levar a proposta do Mercosul a Bruxelas", disse o ministro.
Sobre a possibilidade de adoção de velocidades diferentes de abertura dos mercados por parte dos sócios do Mercosul para facilitar o acordo com os europeus, Pimentel disse que o assunto ainda está sendo discutido. "Só na semana que vem vamos fechar essa questão", afirmou, reiterando que a Argentina tem uma oferta e vai apresentá-la, ao contrário do que chegou a ser especulado pela imprensa. "A Argentina não demorou e, no momento certo, que é agora, apresentou sua proposta", considerou.
Segundo ele, "em algum momento houve dúvida, não nossa, mas por parte da imprensa, de que a Argentina não fosse fazer uma oferta. Agora está esclarecido que sim, vai fazer uma oferta", destacou. No mês passado, durante reunião em Caracas para discutir a oferta, fontes oficiais disseram que o Brasil deu um ultimato à Argentina para entregar sua oferta e que o clima das negociações era péssimo.
Agora, Pimentel demonstrou que as conversas estão sendo conduzidas com expectativas positivas. "Vamos discutir tudo", disse ele sobre a oferta de bens, compras não governamentais, investimentos e serviços. Havia informações de que a Argentina só apresentaria oferta de bens.