(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

BC vai manter programa de venda diária de dólar para conter a inflação


postado em 06/12/2013 06:00 / atualizado em 06/12/2013 08:16

Brasília – Diante do pessimismo geral de investidores e empresários com as ações da política econômica do governo Dilma Rousseff e dos reflexos que essa desconfiança tem provocado na cotação do dólar e do impacto dela nos preços internos, o Banco Central (BC) decidiu agir. Para garantir que a alta do câmbio não fuja de controle, a autoridade monetária avisou que vai renovar em 2014 o programa de injeção de moeda no mercado, batizado de ração diária.

O pacote, que, somente em 2013, custará ao governo US$ 60 bilhões, tem como objetivo conter uma disparada ainda maior da moeda norte-americana e com isso dar um sossego à inflação, ao tornar produtos importados mais baratos aos consumidores. A preocupação do Banco Central com a alta dos preços tem justificativa. Em 2014, as eleições e a Copa do Mundo podem contribuir para jogar ainda mais combustível na fogueira da inflação.

Ao manter o programa de venda de dólares, o BC espera conseguir reduzir a volatilidade da moeda, que tem sido atribuída ao pessimismo disseminado no Brasil. Em pouco mais de três meses o dólar bateu em R$ 2,45, foi a R$ 2,13 e voltou ontem a 2,359 para a venda, queda de 1,24%. “A manutenção dessa política de venda de dólares é um reflexo direto do pessimismo com o Brasil”, disse o economista da NGO Corretora, Sidnei Nehme. “Se os resultados da economia fossem bons não haveria necessidade de o BC reforçar a proteção a quem opera com dólar”, afirmou.

O arsenal de medidas envolve também uma dose mais branda de juros. Oito meses após ter iniciado o ciclo de aperto monetário do crédito, tornando o custo do dinheiro mais caro para bancos, empresas e famílias, o BC sinalizou também ontem que a alta da Selic poderá estar perto do fim. Num documento de 20 páginas, os diretores integrantes do Comitê de Política Monetária (Copom) explicam por que decidiram elevar, na semana passada, a taxa para 10% ao ano.

Para analistas, o documento dá pistas de que, para o BC, o ajuste feito já é suficiente para colocar freio na escalada da inflação. “O Copom sinalizou a possibilidade da dar fim ao ciclo, mas não disse quando. A nossa leitura é que, se não está preocupado em trazer os preços para o centro do alvo, de 4,5% ao ano, ele entende que, pelo menos, não será preciso muito mais juros para ficar dentro do teto da meta (de 6,5%)”, disse o economista-chefe da Sul América Investimentos, Newton Rosa.

Preocupação A ata do Copom divulgada ontem enfatiza a preocupação com uma escalada do dólar e os efeitos que isso possa provocar sobre a inflação. Num trecho, o documento diz que “a depreciação e a volatilidade da taxa de câmbio ensejam uma natural e esperada correção de preços relativos (da economia)”. Não à toa o presidente do BC, Alexandre Tombini, apressou-se ontem ao antecipar a manutenção do programa de venda de dólares, mas “com alguns ajustes”.

A chamada ração diária ao mercado fará injeções diárias de moeda. De segunda a quinta-feira há leilões de swaps de até US$ 500 milhões. Nessas operações o BC vai ao mercado e realiza uma venda numa data futura. Com isso, trava o preço da moeda já nessa data, fazendo com que outros bancos e corretoras acompanhem a cotação estabelecida pela autoridade monetária em uma data futura. Às sextas-feiras, realiza leilões de linha, que equivalem a uma venda de dólares com compromisso de recompra, no valor de até US$ 1 bilhão. Ao todo, o BC poderá ofertar até US$ 60 bilhões somente com o programa. Somadas as outras intervenções feitas no ano, o total da injeção pode ultrapassar US$ 100 bilhões.



Cesta básica engole renda


Entre os itens que compõem a cesta básica, os mineiros estão pagando mais caro pelo tomate, açúcar e batata. Em novembro, segundo pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), as altas dos preços desses produtos foram de 25,68%, 4% e 2,79%, respectivamente. Ainda de acordo com o instituto, a alta do preço da cesta básica em BH foi a segunda maior registrada entre as 18 capitais analisadas, ficando em 2,67%, com o preço da cesta fechando em R$ 310,84. O valor é 49,83% do salário mínimo líquido, que de R$ 678 passa para R$ 623,76 com descontos.

De acordo com o técnico do Dieese em Minas Gerais, Lúcio Monteiro, entre os 13 produtos pesquisados, 10 tiveram alta. Os preços do tomate e da batata, segundo ele, foram impactados pela sazonalidade e a chegada da estação das chuvas. Já a variação do preço do açúcar, segundo ele, se deve à procura do produto de boa qualidade e à postura de usinas brasileiras em manter o valor, uma vez que há excendente mundial e redução do preço no mercado internacional. “Nos últimos 12 meses, a queda foi de 20%, e o aumento vem como tentativa de segurar os preços”, comenta.

Na contramão, o feijão, o café e o leite tiveram recuo nos preços. Em novembro, o feijão teve queda de 8,20%, o café de 1,41% e o leite 0,76%. A diminuição dos preços do feijão pode ser explicada pela terceira safra do grão, que abastece o mercado e garante a redução.

Entre as capitais analisadas, a principal alta no preço da cesta básica foi sentida em Fortaleza (3,47%), seguida de Florianópolis e Belo Horizonte (2,67%) e Vitória (2,43%). Entre as cidades que apresentaram redução do valor da cesta estão Goiânia (3,06%), Aracaju (1,73%) e o Recife (0,69%). Porto Alegre, pelo segundo mês consecutivo, se destacou como a capital com a cesta mais cara do país, no valor de R$ 328,72. A segunda cesta de maior preço foi encontrada em São Paulo, cotada a R$ 325,56.




receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)