Há alguma incerteza sobre a intensidade com que a inflação irá reagir às elevações da taxa básica de juros, a Selic, feitas este ano, pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC). A avaliação é do presidente do BC, Alexandre Tombini, em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado.
Tombini reforçou o que está na ata da última reunião do Copom: as elevações da Selic são defasadas, ou seja, levam tempo para aparecer. O presidente do BC disse que, entre junho e novembro, a inflação entrou em trajetória de queda.
Ele destacou ainda a importância da atuação do BC para evitar a alta da inflação. “Entendo que taxas de inflação elevadas geram distorções que levam a aumentos dos riscos, deprimem os investimentos e comprometem a sustentabilidade do crescimento”, disse.
Na condução da política monetária, o objetivo do BC é atingir a meta de inflação, que tem como centro 4,5%, com margem de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida: isto gera reflexos nos preços já que os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Neste ano, a Selic foi elevada seis vezes seguidas e está atualmente em 10% ao ano.
Na audiência, Tombini voltou a dizer que manterá no próximo ano o programa de intervenções no mercado de câmbio, com ajustes. “Em 2014, o Banco Central não sairá de cena”, disse.