A Savassi, uma das regiões comerciais mais nobres de Belo Horizonte, tem ganhado traços populares com a chegada de lojas comuns no Hipercentro da cidade. Nos últimos meses, principalmente, os shoppings populares, que têm lojas que passam por roupas e eletrônicos, se multiplicaram ocupando pontos importantes nos principais corredores do bairro. Nos quarteirões entre as Avenida Getulio Vargas e Cristóvão Colombo, são pelos menos dois empreendimentos. A grande novidade, porém, é a abertura do Xavantes Express no espaço onde funcionava o antigo Cine Pathé, que por mais de 20 anos permaneceu fechado e se tornou alvo de várias especulações.
A expectativa é de que até o Natal, quando o comércio deve movimentar R$ 3,13 bilhões, segundo dados da Câmara de Dirigentes Lojistas de BH, (CDL/BH), o shopping abra as portas para os consumidores com 20% das lojas inauguradas. Embora 60% das lojas já tenham sido comercializadas, as demais devem ser abertas até o fim de janeiro, segundo a administração. A escolha do ponto, de acordo com o presidente do Xavantes, Leonardo Furman, foi uma sinergia entre os proprietários do imóvel, que queriam dar uma destinação mais nobre ao prédio, e a empresa, que queria estar em um ponto que tivesse relação histórica com a cidade.
Para receber o empreendimento, o prédio inaugurado em 1948, que depois de cinema já abrigou uma igreja evangélica e funcionava como estacionamento desde 2012, foi revitalizado levando em consideração os traços originais do projeto. “Reformamos tudo e fizemos algumas homenagens ao Pathé, que já frequentei muito e faz parte da história de BH.” A fachada, a recepção, incluindo o piso, e o teto, segundo Furman, continuaram como na época em que o cinema funcionava no local. “A recepção terá exibirá ainda os cartazes do primeiro e do último filmes exibidos no Cine Pathé”, lembra.
No espaço onde ficam as lojas, uma faixa com as fotos antigas de Belo Horizonte decoram as paredes. O piso recebeu porcelanato e as lojas se diferenciam por suas divisórias de vidro, placas de gesso e climatização com ar-condicionado. De acordo com Furman, a opção pelo espaço foi impulsionada também pelas transformações do varejo e busca dos próprios consumidores das classes A e B por produtos mais baratos. “Percebemos que há um grande interesse de classes mais altas por esses produtos, mas por uma questão de conforto e segurança, elas acabam não frequentando o shopping no Centro. Assim, decidimos trazer os produtos até essas pessoas” diz.
Modelo
O formato Express, segundo o presidente, também é uma novidade. “É um projeto mais enxuto, com menos lojas, e que pode se espalhar por outras regiões da capital, que não apenas as nobres”, adianta. O empreendimento tem 1,1 mil metros quadrados de área e, até agora, 40 lojas foram construídas. Para uma segunda etapa, é esperado que o espaço onde hoje funciona um estacionamento com 30 vagas dê lugar a 50 lojas até o Dia das Mães de 2014. “Pela saturação no Centro, a Savassi se mostrou uma boa opção por ter comércio aquecido e um público que procura qualidade a preços competitivos”, explica.
Embora o shopping não abra as portas com a sua capacidade total, entre os lojistas que se preparam para o primeiro Natal no espaço, as expectativas são positivas. De acordo com John Júnio, proprietário da Powercel, que vende acessórios para celular e presta serviço de assistência técnica para os aparelhos, a opção pelo espaço se deu devido ao crescimento desse tipo de comércio na região. “Começamos na Savassi em 2001 e agora temos três lojas. Temos notado a busca dos consumidores pelos nossos produtos nos locais onde moram ou trabalham, e a região, mesmo passando por dificuldades, ainda é uma boa opção para o lojista”, comenta.