Mais um trecho da BR-163 será leiloado nesta terça-feira, 17, pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). No mês passado, foram licitados 850,9 quilômetros da rodovia no Mato Grosso. Desta vez, a agência vai leiloar a continuação da estrada no Mato Grosso do Sul. Serão 847,2 quilômetros disputados por seis grupos: CCR, Queiroz Galvão, Invepar, Odebrecht, Triunfo Participações e o Consórcio Rota do Futuro, liderado por Ecorodovias. A tarifa-teto para o pedágio é de R$ 9 27 para 100 quilômetros.
A disputa vai ocorrer na BM&F Bovespa, na capital paulista, às 10 horas. O trecho que será leiloado faz parte da rota usada pelo agronegócio do Centro-Oeste para exportar grãos especialmente pelo Porto de Paranaguá e exigirá investimentos de R$ 5,69 bilhões em 30 anos de concessão. Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a concessão da BR-163 no Mato Grosso do Sul deverá evitar a saturação da via prevista para os próximos anos.
De acordo com o Projeto Centro-Oeste Competitivo, elaborado pela CNI em parceria com a Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), trechos da rodovia poderiam operar até três vezes acima de sua capacidade caso investimentos em melhorias e ampliação já tivessem sido feitos. Pelo estudo, um dos pontos mais preocupantes de toda a extensão no Estado está entre os municípios de Dourados e Mundo Novo.
Apesar de estar com capacidade de utilização acima de 80%, o trecho do Mato Grosso do Sul está melhor que o de Mato Grosso, cuja concessão foi arrematada pela Odebrecht, com deságio de 52% (pedágio de R$ 2,64).
Na semana que vem, o governo deve promover a última disputa do ano: a BR-040 (DF/GO/MG). Na avaliação do professor da Fundação Dom Cabral, Paulo Resende, trata-se do filé mignon da 3.ª Etapa das Concessões Rodoviárias Federais. “Ela cruza Minas Gerais em área muito rica e abre uma perspectiva para as exportações para o Rio. Do outro lado, faz a ligação com Brasília.” Para 2014, o governo deverá fazer apenas mais um leilão: o da BR-153, entre Anápolis (GO) e Palmas (TO). O foco no ano que vem serão ferrovias.
Na segunda-feira, 16, o Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou os estudos de viabilidade do primeiro trecho de concessão de ferrovias, entre Lucas do Rio Verde (MT) e Campinorte (GO). O TCU impôs, porém, algumas determinações que o governo terá de cumprir antes de publicar o edital. O TCU cobrou ajustes em itens, como custo de terraplanagem e transporte de quantitativos. As mudanças poderão reduzir entre 20% e 30% o valor da obra. Com as correções, a ferrovia, de R$ 6,3 bilhões, poderá ficar R$ 1,7 bilhão mais barata. Colaborou Anne Warth.