A Proteste Associação de Consumidores enviou nesta terça-feira um manifesto para a presidente Dilma Rousseff pedindo para não adiar a exigência de airbags e freios ABS nos carros em 2014. O manifesto, assinado por mais de vinte entidades da sociedade civil, alerta que o Brasil precisa de carros mais seguros, sem adiamentos, para preservar vidas.
No manifesto, as entidades afirmam que "é inaceitável que o governo pretenda adiar a obrigatoriedade, a partir de janeiro próximo, de os veículos saírem de fábrica com airbag e freio ABS. Alegar aumentos de preços dos carros e eventual impacto inflacionário não convence ninguém". O texto também afirma que "segurança veicular não é luxo. Estudos de segurança viária apresentam números alarmantes de mortes e feridos, são mais de 140 mortes e 1100 com invalidez permanente por dia".
Nesta terça-feira, o governo federal deve decidir se os carros produzidos no Brasil serão obrigados a sair das fábricas a partir de 1º de janeiro com freio ABS e airbags. Prevista há quase cinco anos, a medida do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) que torna obrigatório o uso dos dispositivos de segurança ao condutor de veículos está ameaçada.
No Palácio do Planalto, o entendimento é que a segurança deve se sobrepor ao eventual impacto negativo nas montadoras. Pesou a favor dessa visão a pressão contrária do Ministério das Cidades, ao qual o Contran está vinculado, e de órgãos de defesa dos consumidores, que criticaram a possibilidade de uma regra prevista desde 2009 ser suspensa dias antes de entrar em vigor. No sábado, a colunista Sonia Racy publicou que a tendência do governo Dilma era de não mexer na obrigatoriedade de freios ABS e airbags nos automóveis brasileiros.
Segundo técnicos, a indústria teve tempo suficiente para se preparar para as novas exigências - isto é, a prorrogação por um ou dois anos seria desnecessária. Veículos como a Kombi, o Celta e o Gol G4, por exemplo, serão “extintos” caso a medida entre em vigor - por questões industriais, esses modelos são incapazes de incluir os itens.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou na semana passada estar preocupado com o “risco” de demissões no setor e de elevação nos preços dos carros. Hoje à tarde, o ministro vai receber empresários do setor para tomar uma decisão. (Com Agência Estado)