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Estado de Minas

Guido Mantega acredita que retrato da economia será diferente em 2014


postado em 19/12/2013 06:00 / atualizado em 19/12/2013 07:23

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, mantém seu otimismo habitual. Apesar de não cravar mais 4% de crescimento para 2014, passou a defender que o próximo ano será melhor que 2013. Os principais economistas do país, no entanto, não compartilham dessa visão. Mantega, contra a maioria das previsões, garante que este ano ainda terminará com uma expansão de 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Segundo ele, o programa de concessões e a recuperação dos Estados Unidos ajudarão o país. “Este ano foi o fundo do poço, 2014 pode ser o ano da virada”, disse o ministro.

“Para chegar a 4%, temos de ter de fato uma recuperação da economia mundial. Não sei se dá para chegar nos 4%. Tenho dúvidas. Mas dá para fazer mais do que neste ano”, defendeu Mantega. Apesar dessa afirmação, a proposta de Orçamento para 2014, enviada pelo governo ao Congresso Nacional, os economistas do Executivo estimaram uma expansão do PIB de 4,5%. O número, posteriormente, foi mudado pelos parlamentares, para 3,8%. O mercado é ainda mais pessimista, a projeção média é de 2%. Os mais descrentes falam em alta entre 1,5% e 1,7%.

Durante o tradicional encontro de fim de ano com a imprensa, na sede do ministério, em Brasília, Mantega tentou apresentar um país melhor que o das estatísticas. Disse que o mau humor do mercado com o Brasil foi exagerado e que a desconfiança não está disseminada entre todos os investidores. Apenas uma parte, principalmente a que fazia arbitragem com juros (pegava dinheiro a custo negativo no exterior e aplicava no Brasil), teria se ressentindo. “Quem faz arbitragem perdeu muito dinheiro”, afirmou Mantega. “Estamos em um ano de virada. Talvez tenha sido o último ano da crise, começando pelos Estados Unidos. Tem grandes chances de os Estados Unidos crescerem mais de 2% no próximo ano”, disse.

Em relação às contas públicas, o ministro fez questão de dizer que “os gastos estão sob controle”, mas evitou revelar suas projeções. A presidente Dilma Rousseff ontem reforçou que o chefe da equipe econômica continua no cargo apesar de haver uma reforma ministerial prevista para janeiro.

Contas
externas

O déficit em transações correntes do país somou US$ 5,14 bilhões no mês passado, segundo o Banco Central (BC). De janeiro a novembro, o déficit soma US$ 72,69 bi, o equivalente a 3,58% do Produto Interno Bruto (PIB). Em 12 meses até novembro, o saldo está negativo em US$ 81,1 bi, o que representa 3,66% do PIB. Ao contrário do que o BC esperava, a previsão de desembolsos com viagens internacionais em 2013 aumentou: a estimativa para o ano subiu de  US$ 17,2 bi para US$ 18,6 bi. Só no mês passado, os brasileiros gastaram  US$ 1,874 bi no exterior.


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