A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) registrou alta de 0,75% em dezembro, após subir 0,57% em novembro. O dado foi divulgado nesta quinta-feir pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com o resultado, o IPCA-15 acumulou alta de 5,85% em 2013 - também acima do teto das estimativas, que esperavam inflação de 5,61% a 5,84%, com mediana de 5,74%. O resultado do IPCA-15 de 2013 ficou acima da taxa de 2012, que foi de 5,78%.
Voar está mais caro
Em dezembro, o vilão dos preços foi a passagem aérea, que subiu 20,15%, gerando impacto de 0,11 ponto porcentual no índice. A gasolina, que teve o valor reajustado pela Petrobrás no fim de novembro, aparece em segundo lugar, com alta de 2,15% e impacto de 0,08 ponto. Juntos, os dois itens responderam por um quarto de toda a inflação ao consumidor de dezembro. Com isso, o grupo Transporte deu um salto de 1,17%, após ter subido 0,39% em novembro.
Mas o principal grupo que puxou a inflação em dezembro e em 2013 foi Despesas Pessoais - com altas de 1,18% e 9,19%, respectivamente. O segmento foi pressionado nesse início de mês pelos itens empregado doméstico (0,86%), excursão (9,39%), cigarro (2,47%), manicure (1,28%) e cabeleireiro (1,22%).
Já o grupo Alimentação e Bebidas desacelerou, registrando alta de 0,59%, contra elevação de 0,84% em novembro. O arrefecimento dos preços de vários alimentos contribuiu para essa desaceleração, com destaque para o feijão carioca (-8,83%) e para o óleo de soja (-1,42%). O principal impacto negativo veio do leite longa vida, que teve queda de 2,84% e contribuiu com -0,03 ponto porcentual no índice.
No ano, contudo, a alimentação fechou em alta de 8,50%, acima dos 5,85% apontados na taxa geral do IPCA-15 de 2013. Alguns itens se destacaram no campo positivo, como o leite longa vida (21,69% no ano), pão francês (15,04%), lanche (12,69%) e refeição fora de casa (9,19%). Na contramão, alguns produtos encerraram 2013 em queda, como o óleo de soja (-18,11%), o feijão carioca (-12,07%), o açúcar refinado (-14,60%) e o arroz (-5,40%).
Previsões
No último boletim Focus do Banco Central divulgado na segunda-feira, as previsões dos analistas do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado em 12 meses, passaram de 6,04% para 6,03%. Há quatro semanas, estavam em 6,14%.
Já o grupo denominado pelo BC de Top 5, apostou que o IPCA de 2013 deverá ficar em 5,68%, como estava uma semana antes - quatro semanas antes, estava em 5,86%. No caso de 2014, esse mesmo grupo não revisou a expectativa para a inflação oficial do ano que vem, que deve fechar em 5,75%. Um mês atrás, a projeção era de 5,68%.
Para o final deste ano, a mediana para o IPCA ficou estacionada em 5,70%. Há quatro semanas estava em 5,84%. Já para 2014, a mediana das previsões para a inflação subiu de 5,92% para 5,95% - há um mês estava em 5,91%. A estimativa para o IPCA de dezembro foi recalculada de 0,71% para 0,72%, assim como a da mesma taxa para janeiro do ano que vem. No primeiro caso, há um mês, a expectativa era de uma alta de 0,71% e, no segundo, de 0,70%.
Já o ministro Mantega disse que a inflação está controlada e "bem-comportada" e para ele, a inflação fechará o ano semelhante à do ano passado e abaixo do limite da meta pelo IPCA, que é 6,5%.