O Banco Central projeta que o déficit do Brasil em transações correntes ficará em US$ 78 bilhões em 2014 (equivalente a 3,5% do PIB), do nível estimado de US$ 79 bilhões este ano (3,6% do PIB). O rombo nas contas externas ficará estável mesmo com um saldo maior na balança comercial, que deve chegar a US$ 10 bilhões no próximo ano, da estimativa de superávit de US$ 2 bilhões este ano.
A melhor nas projeções para o saldo comercial se deve a uma estimativa de aumento de 5,8% nas exportações, reflexo, em parte "das perspectivas de intensificação do ritmo de atividade econômica em países de destino das vendas externas brasileiras", diz o BC. As importações devem crescer menos: 2,5%.
A conta de serviços deve registrar déficit de US$ 51,7 bilhões em 2014, com remessas de US$ 21 bilhões relativas a despesas líquidas de aluguel de equipamentos, US$ 19 bilhões em viagens internacionais e US$ 11,2 bilhões em transportes. As remessas líquidas de lucros e dividendos e pagamentos líquidos de juros foram projetadas em US$ 27 bilhões e US$ 12,9 bilhões, respectivamente. Os ingressos de transferências unilaterais devem ficar em US$ 3,1 bilhões.
Para o Investimento Estrangeiro Direto (IED), o BC estima uma entrada de US$ 63 bilhões em 2014 (2,9% do PIB), exatamente o mesmo nível de 2013. O investimento brasileiro no exterior deve alcançar US$ 7 bilhões, "em linha com o processo de internacionalização das empresas brasileiras". Os investimentos líquidos em ações e em papéis de renda fixa negociados no mercado doméstico estão estimados em US$ 10 bilhões em cada uma das modalidade.