Os atrativos turísticos é que estão sendo estimulados, em vez do minério de ferro e do ouro, em municípios mineradores da Região Central de Minas, a exemplo de Brumadinho, Caeté, Barão de Cocais, Santa Bárbara e Catas Altas. A nova vocação em Brumadinho, com seus 35 mil habitantes, começou a despontar no rastro do Instituto Inhotim, complexo museológico de arte contemporânea e jardim botânico que incentivou, por meio de sua Diretoria de Inclusão e cidadania, a constituição da Rede de Empresários de Turismo na região. Em parceria com o Sebrae Minas, a iniciativa resultou em projetos de qualificação de grupos locais que se dedicam ao artesanato e ao atendimento do turista e de profissionalização dos serviços de hotelaria e gastronomia.
Outra frente de ação foi desenvolvida a partir de convênio firmado entre o Inhotim e o Ministério do Turismo, com a oferta de cursos de qualificação em hospitalidade e hotelaria – a região de Brumadinho conta com 1.313 leitos. Cerca de 70 empresários, por sua vez, frequentaram o curso Desenvolvimento de Plano estratégico para empresários da cadeia produtiva do turismo de Brumadinho, Bonfim, Moeda e Rio Manso.
Trabalhando há sete anos com turismo receptivo em Brumadinho, Marcela Azevedo e a sócia Cida Magalhães, donas da agência HT – Happy Travel, criaram roteiros, com o objetivo de ampliar os serviços turísticos da região, incorporando atividades identificadas com a cultural local. À clientela formada, principalmente, por turistas de outros estados, elas oferecem além do passeio ao Inhotim um circuito de três ou quatro pontos de fabricação de cachaça artesanal e oficinas de arte popular. “Estudamos agora a possibilidade de estimular o geoturismo na região, para incluir visitas a áreas de mineração. Essa convivência é possível”, afirma.
Nos municípios de Caeté, Barão de Cocais, Santa Bárbara e Catas Altas, o projeto Entre Serras: da Piedade ao Caraça se vale das duas riquezas da região para incentivar o turismo e agrega também a gastronomia. Santa Bárbara está no ranking dos municípios que mais produzem mel no estado e Catas Altas investe no vinho feito de jabuticaba. A meta é levar o turista a circular pela região, que oferece mais que a beleza dos dois santuários, observa Pollyanna Gontijo, analista técnica do Sebrae. A instituição conduz o programa com as federações da Indústria (Fiemg) e do Comércio (Fecomércio-MG). Um grupo de 40 empresários locais, de hotéis, spousadas, restaurantes e lanchonetes, recebeu qualificação. A intenção é realizar um festival gastronômico na região em 2014. (MV)