Brasília –A despeito das expectativas positivas para a renda fixa em 2014, é preciso lembrar que o ano, em função de incertezas e da piora dos fundamentos econômicos no Brasil, pede cautela. “Não será um ano para amador. Mais do que nunca é bom procurar ajuda. Independentemente de ter consultor ou não, é importante que o investidor entenda os riscos que está correndo”, avalia Arnaldo Curvello, diretor de gestão de recursos da Ativa Corretora. “A expectativa é de um ano volátil e isso pode acarretar surpresas em alguns ativos”, explica. “Vai ser um ano de incerteza. Começa a retirada parcial dos estímulos monetários nos Estados Unidos e também é ano de eleição no Brasil, os investidores ficam inseguros diante desse cenário”, observa Bolívar Godinho, professor de finanças da Unicesp São Paulo.
No mercado, é consenso que 2013 foi um ano de correção do valor dos investimentos, o que levou a perdas para parte deles. Para 2014, esse movimento continua. Diante dessa expectativa de volatilidade, a dica, para os mais conservadores, é planejar olhando para o longo prazo. “Salvo para algumas empresas e setores pontualmente beneficiados, 2014 será um ano para andar de lado, o que, diante das nossas potencialidades desperdiçadas e de oportunidades pelo mundo, significará mais um ano perdido”, pondera Telmo Schoeler, sócio da Strategos — Strategy & Management.
Esses dos papéis, até recentemente, eram exclusividade de clientes de elevado poder aquisitivo, classificados como private bank pelas instituições, um adjetivo financeiro para classificar milionários. Entretanto, como o objetivo desses produtos é estimular investimentos, o governo decidiu torná-los mais acessíveis. Em alguns bancos é possível comprar esses papéis a partir de R$ 10 mil. Esse produto também tem a garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) para depósitos de até R$ 250 mil por instituição.
FUNDOS Um dos produtos preferidos do brasileiro, no entanto, é o fundo de investimento. Em 2013, a carteira total dessa modalidades alcançou quase R$ 2 trilhões. Parecido com um condomínio residencial, nessa modalidade o cliente compra cotas e, para obter lucro, essa fatia do fundo tem de se valorizar. Para isso, os gestores fazem aplicações de acordo com a política de investimentos do fundo, que pode ser majoritariamente em títulos do tesouro ou dividir o patrimônio entre ativos de renda fixa e outros de maior risco. Com a inflação na casa dos 6% nos últimos anos, a recomendação é não aceitar taxas de administração superiores a 1,5% ao ano.
A despeito dessas opções, o ano pode ser de sustos para os mais conservadores. Para esse público, é importante pensar em liquidez, ou seja, aplicações que, mesmo que paguem um pouco menos, permitam a liquidação, ou seja, sacar o valor, no menor tempo possível. O portfólio de renda fixa pode atender bem as necessidades de poupança dos investidores que se classificam entre os moderados.