Brasília – No primeiro pregão do ano, o comportamento do câmbio mostrou o que especialistas anunciam há meses: 2014 será um ano de valorização da moeda norte-americana, pressionando ainda mais a inflação no Brasil. Depois de encerrar 2013 com um ganho de 15,3% em relação ao real, a maior alta desde 2008, quando atingiu 31,9% por conta da crise financeira mundial, a divisa dos EUA subiu 1,43% ontem, cotada a R$ 2,391. O valor de fechamento foi o maior desde 22 de agosto de 2013, quando a moeda chegou a R$ 2,4320.
“O ambiente está mais propenso à volatilidade, com menor liquidez no mercado”, explicou a economista-chefe da XP Investimentos, Zeina Latif. Um dos motivos desse enxugamento de dólares é a política monetária do Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, que injetava US$ 85 bilhões no mercado todos os meses, e reduziu o desembolso em US$ 10 bilhões.
A aceleração na redução do programa de estímulos dos EUA está condicionada à melhora dos indicadores econômicos da maior economia do mundo. “A informação de que o auxílio-desemprego caiu nos EUA foi suficiente para valorizar o dólar porque sinaliza que a redução dos estímulos pode ser mais rápida ao longo de 2014”, disse o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo. Segundo ele, outro motivo da pouca liquidez no mercado é a menor atuação do Banco Central (BC) no câmbio, como parte da nova fase do programa de intervenções diárias.